DESCENDí­Å NCIA DE NEOMACHOS DE <i>Rhamdia quelen<i>: AVALIAÇÃO DO CRESCIMENTO EM DIFERENTES DENSIDADES

Autores

  • Susan Kelly Rodrigues de Sousa CHAVEIRO Laboratório de Biologia e Cultivo de Peixes de Água Doce (LAPAD), Universidade Federal de Santa Catarina -  UFSC
  • Vanessa Martins da ROCHA Laboratório de Biologia e Cultivo de Peixes de Água Doce (LAPAD), Universidade Federal de Santa Catarina -  UFSC
  • Luciano Augusto WEISS Laboratório de Biologia e Cultivo de Peixes de Água Doce (LAPAD), Universidade Federal de Santa Catarina -  UFSC
  • Alex Pires de Oliveira NUÑER Laboratório de Biologia e Cultivo de Peixes de Água Doce (LAPAD), Universidade Federal de Santa Catarina -  UFSC http://orcid.org/0000-0002-4682-3307

DOI:

https://doi.org/10.20950/1678-2305.2019.45.3.479

Palavras-chave:

espécie nativa, í­­ndices zootécnicos, jundiá, monossexo

Resumo

Lotes monossexo feminino de Rhamdia quelen podem ser gerados por inversão sexual indireta e seu crescimento é influenciado pela densidade de estocagem, a qual é um fator importante no seu desenvolvimento. O estudo teve por objetivo comparar o desempenho produtivo das descendências de neomachos e de machos normais estocados nas densidades de 500, 1000 e 1500 peixes m-3 (D1, D2 e D3), durante 61 dias, através da avaliação de í­­ndices zootécnicos. A média inicial de peso e comprimento das descendências de neomachos e machos normais, foi respectivamente, 0,90 ± 0,12 g / 4,94 ± 0,22 cm e 0,80 ± 0,12 g / 4,60 ± 0,37 cm. Utilizou-se o delineamento experimental inteiramente ao acaso com três repetições, sendo os peixes estocados em tanques de 0,07 m³. Os valores finais de peso, comprimento e sobrevivência (média ± dp) foram os seguintes: Neomachos: D1 - 4,03 ± 0,50 g, 7,73 ± 0,20 cm, 98,10 ± 1,65%; D2 -: 4,08 ± 0,21 g, 7,80 ± 0,21 cm, 96,67 ± 0,82%; D3 - 4,74 ± 0,77 g, 8,18 ± 0,44 cm, 95,56 ± 3,34%; Machos: Dl - 3,67 ± 0,36 g, 7,58 ± 0,20 cm, 91,43 ± 2,86%; D2 - 3,96 ± 0,54 g, 7,86 ± 0,23 cm, 94,29 ± 3,78%; D3 - 4,23 ± 0,52 g, 8,05 ± 0,38 cm, 94,92 ± 3,85%. As diferentes descendências e densidades de estocagem testadas não apresentaram diferenças significativas para peso, ganho em peso, comprimento, sobrevivência, conversão alimentar e consumo de ração. Portanto, a descendência de neomachos apresentou desempenho produtivo adequado durante a fase de juvenis e suportou o aumento da densidade de estocagem sem prejuí­­zos ao seu desempenho, tornando os neomachos adequados para o cultivo de jundiá.

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Publicado

2019-09-02

Edição

Seção

Artigo cientí­fico