BIOACUMULAÇÃO DE METAIS E AVALIAÇÃO DO MEXILHÃO-DOURADO INCRUSTADO EM DIFERENTES TELAS DE TANQUES-REDE

Autores

DOI:

https://doi.org/10.20950/1678-2305/bip.2021.47.e624

Palavras-chave:

aquaculture area;, Limnoperna fortunei;, heavy metal;, antifouling screens.

Resumo

Objetivou-se avaliar a caracterização e a bioacumulação de metais do mexilhão-dourado incrustado nas telas de tanques-rede instalados no reservatório da Itaipu Binacional. O delineamento experimental foi inteiramente casualizado, composto por dois tipos de telas (PVC e Bezinal) distribuí­­das em quatro lados (Lados I, II, III e IV) do tanque-rede. Foram avaliadas a massa total, a massa média e as dimensões (largura, altura e comprimento) dos moluscos. Os mexilhões aderidos na tela Bezinal apresentaram maior massa média, comprimento, altura e largura do que aqueles colonizados na tela PVC (p <0,05). No entanto, a tela PVC proporcionou uma maior (p <0,05) massa total de mexilhões incrustados. Independente da tela utilizada, a massa média e o comprimento de mexilhões apresentaram maiores valores no Lado I (p <0,05) em relação aos Lados II e IV, mas não diferindo do Lado III. Os mexilhões avaliados apresentaram ní­­veis elevados de metais, sendo que os incrustados í­Â  tela Bezinal revelaram teores mais elevados de Al, Zn e Cr do que os indiví­­duos na tela PVC (p <0,05). O uso da tela Bezinal é mais eficiente em relação í­Â  tela PVC como material anti-incrustante. Os mexilhões com menores comprimentos tiveram uma maior incidência na tela PVC. Os mexilhões incrustados í­Â  tela Bezinal bioacumulam maior teor de Al, Zn e Cr. O tipo de tela utilizado nos tanques-rede influencia na massa e tamanho dos mexilhões aderidos, bem como pode interferir na acumulação de metais no mexilhão-dourado.

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Publicado

2021-07-12

Edição

Seção

Artigo cientí­fico