CRESCIMENTO, MORTALIDADE E TAXA DE EXPLOTAÇÃO DO GOETE, Cynoscion jamaicensis (PERCIFORMES: SCIAENIDAE), NA REGIÃO SUDESTE/SUL DO BRASIL

Autores

  • Paula CASTRO Pesquisador Cientí­­fico do Instituto de Pesca -  CPDRH / IP / SAA http://orcid.org/0000-0002-1836-748X
  • Maria CERGOLE Pesquisador do IBAMA / SP
  • Marcus CARNEIRO Pesquisador Cientí­­fico do Instituto de Pesca -  CPPM / IP / SAA
  • Cláudia MUCINHATO Bióloga e Bolsista DTI/RHAE / CNPq-Programa REVIZEE
  • Gilberto SERVO Pesquisador Cientí­­fico do Instituto de Pesca -  CPPM / IP / SAA

Palavras-chave:

Cynoscion jamaicensis, goete, crescimento, mortalidade, Atlí­¢ntico Sul Ocidental, Brasil

Resumo

Métodos usados na análise de dados de comprimento foram empregados para estimar os parí­¢metros de crescimento, coeficientes de mortalidade instantí­¢nea e taxas de explotação de Cynoscion jamaicensis (goete) capturado pela frota industrial do Sudeste/Sul do Brasil (24° - 29°S). Os parí­¢metros de crescimento estimados basearam-se no modelo de von Bertalanffy e empregaram-se dois conjuntos de dados distintos temporalmente: 01/1993 í  03/1995 e 04/1997 í  04/1998. Os valores médios dos parí­¢metros de crescimento obtidos para a espécie nos dois perí­­odos considerados foram: L∞ = 39,0 cm e K = 0,40/ano; to = -0,38; í" â€™ = 2,78 (para o perí­­odo 1993/1995); L∞ = 40,0 cm; K = 0,41/ano; to = -0,35; í" â€™ = 2,82 (para o perí­­odo 1997/1998). Os coeficientes de mortalidade instantí­¢neos foram estimados empregando-se a curva de captura (mortalidade total) e fórmulas empí­­ricas (mortalidade total e natural). A mortalidade natural (M) foi estimada através de fórmulas empí­­ricas de PAULY (1980) e de RIKHTER e EFANOV (1976). A mortalidade por pesca (F) e a taxa de explotação (E) do goete aumentaram 24% e 11%, respectivamente de um perí­­odo para o outro. Estes resultados são corroborados pelo incremento da produção média em kg desembarcada nos últimos anos. Ao final são discutidas medidas de ordenamento da atividade, visando í­Â  preservação do recurso demersal e í­Â  conscientização da comunidade pesqueira envolvida.

Referências

AULT, J.S. e EHRHARDT, N.M. 1991 Correlation to the Beverton and Holt Z-estimator for truncated catch length-frequency distributions. ICLARM Fishbyte, 9(1): 37-39.

ÁVILA-DA-SILVA, A.O.; CARNEIRO, M.H.; FAGUNDES, L. 1999 Sistema Gerenciador de Banco de Dados de Controle Estatí­­stico da Produção Pesqueira Marinha í  PROPESQ. In: XI CONGRESSO BRASILEIRO DE ENGENHARIA DE PESCA / I CONGRESSO LATINO AMERICANO DE ENGENHARIA DE PESCA, 17-21 out., Recife,1999. Anais/Proceeding... v.2. p.824-832.

BENVEGNí­Å¡-LÉ, G.Q. 1978 Distribuição dos peixes teleósteos marinhos demersais na plataforma continental do Rio Grande do Sul. São Paulo, SP. 94p. (Tese de Doutoramento. Instituto de Biociências, USP).

BEVERTON, R.J.H. e HOLT, S.J. 1956 A review of methods for estimating mortality rates in exploited fish population with special reference to sources of bias in catch sampling. Rapp. p. v. Réun. Cons. perm. int. Explor. Mer, 140: 67-83.

CASTRO-FILHO, B.M. e MIRANDA, L.B. de 1998 Physical oceanography of the western Atlantic Continetal Shelf located between 4ºN and 34ºS. In: ALLAN R. ROBINSON and KENNETH H. BRINK (ed.). The Sea.John Wiley & Sons, Inc. v.11, p.209í 251.

CASTRO, L.A.B. 1998 Aplicação do Modelo "beam 4” í­Â  pesca de parelhas no Sudeste do Brasil (23ºS- a29ºS). São Paulo, SP. 115p. (Tese de Doutoramento. Instituto Oceanográfico, USP).

CASTRO, P.M.G. de 2000 Estrutura e diní­¢mica da frota de parelhas do Estado de São Paulo e aspectos biológicos dos principais recursos pesqueiros demersais costeiros da região Sudeste/Sul do Brasil (23º - 29ºS). São Paulo, SP. 122p. (Tese de Doutoramento. Instituto Oceanográfico, USP).

________; CARNEIRO, M.H.; GASALLA, M.A. 1995 Importí­¢ncia relativa das capturas de recursos demersais na pesca industrial de Santos (SP) em 1993 e 1994. In: SEMINÁRIO NACIONAL DE OCEANOGRAFIA, 8, Rio Grande, 1995. Resumos...Fundação Universidade do Rio Grande. p.50.

________; MUCINHATO, C.M.D.; COELHO, J.A.P.; LIMA, C.E.; SERVO, G.J. de M. 1998 Inventário das espécies
de Teleósteos desembarcados por arrasteiros de parelha no Estado de São Paulo. In: REUNIÃO ANUAL DO INSTITUTO DE PESCA, 7, 14-17 abr., São Paulo, 1998. Resumos... Instituto de Pesca. p.67.

DAVID, G.S. 1997 Idade e crescimento de Cynoscion guatucupa e Cynoscion jamaicensis na plataforma de Ubatuba, São Paulo, Brasil. São Paulo, SP. 158p. (Dissertação de Mestrado. Instituto Oceanográfico, USP).

FACCHINI, B.H. 1995 Ecologia de associações de peixes teleósteos demersais da plataforma continental sudeste do Brasil, de Cabo de S. Tomé a Torres (22º04’ - 29º21’ S). São Paulo, SP. 228p. (Tese de Doutoramento. Instituto Oceanográfico, USP). CASTRO et al.

FIGUEIREDO, J.L. 1981 Estudo das distribuições endêmicas de peixes da Proví­­ncia Zoogeográfica Marinha Argentina. São Paulo, SP. 121p. (Tese de Doutoramento. Instituto de Biociências, USP).

FRANCO, G.T. 1959 Nota preliminar sobre a alimentação de alguns peixes comerciais brasileiros. An. Acad.
Bras. Ciênc., Rio de Janeiro, 31(4): 589-593.

GAYANILO JR., F.C.; SPARRE, P.; PAULY, D. 1996 FAOICLARM, Computerized Information Series (Fisheries). 126p.

________ e PAULY, D. 1997 FAO-ICLARM Stock assessment tools (FISAT) Reference manual. FAO Computerized Series (Fisheries), Rome. n.8, 262p.

GODINHO-PERIA, C. 1995 Estimativa da produção e da relação produção/biomassa(P/B) de peixes demersais
do ecossistema de Ubatuba, SP, Brasil. São Paulo, SP. 141p. (Dissertação de Mestrado. Instituto Oceanográfico, USP).

HAIMOVICI, M. 1987 Estratégia de amostragem de comprimentos de teleósteos demersais nos desembarques da pesca de arrasto no litoral sul do Brasil. Atlí­¢ntica, Rio Grande, 9 (1): 65-82.

________ 1997 Recursos Pesqueiros Demersais da Região Sul. Avaliação do Potencial Sustentável de Recursos Vivos da Zona Econômica Exclusiva (REVIZEE). Rio de Janeiro, FEMAR. 81p.

________; PEREIRA, S.D.; VIEIRA, P.C. 1989 La pesca demersal en el sur de Brasil en el periodo 1975 -1985. Frente Maritima, 5: 151-163.

HILBORN, R. 1985 Fleet dynamics and individual variation: Why some people catch more fish than others.
Can. J. Fish. Aquat. Sci., 42: 2-13.

________ e WALTERS, C.J. 1992 Quantitative fisheries stock assessment. In: CHAPMAN and HALL
(ed.). 570p.

HOLDEN, M.J. e RAITT, D.F.S. 1974 Manual of fisheries science. Part 2 - Methods of resource investigation
and their application. FAO Fish. Tech. Pap., 115(Rev. 1): 1-214.

ISAAC-NAHUM, V.J. 1989 Analysis of methods for the estimation of fish growth parameters, based on data
from the family Sciaenidae and on simulated data. 242p. (Dissertation zur Erlangung des Doktorgrades der Mathematisch-Naturwissenschaftlichen. Fakultat der Christian-Albrechts Universitat zu Kiel).

KING, M. 1995 Fisheries biology: assessment and management. Oxford: Fishing News Books, Blackwell Science Ltd. 341p.

KOTAS, J.E. 1991 Análise dos desembarques da pesca industrial de arrasteiros de parelha sediados nos municí­­pios de Itajaí­­ e Navegantes (SC) durante o ano de 1986. Atlí­¢ntica, Rio Grande, 13(1): 97-105.

KOTAS, 1994 Avaliação do estoque da pescadinha (Macrodon ancylodon, Bloch & Schneider, 1801) da costa do Rio Grande do Sul, entre os anos de 1986-1989. Itajaí­­, SC. MMA, IBAMA, DIRPED,CEPSUL. 41p.

MUNRO, J.L. e PAULY, D. 1983 A simple method for comparing the growth of fishes and invertebrates.
ICLARM Fishbyte, 1(1): 5-6.

PAULY, D. 1979 Theory and management of tropical multispecies stocks í  A review, with emphasis on
the southeart Asia demersal fisheries. ICLARM Studies & Rev., 1: 1-35.

________ 1980 On the interrelationships between natural mortality, growth parameters and mean environmental temperature in 175 fish stocks. J. Cons. Ciem., 39(3): 175-192.

________ e DAVID, N. 1981 ELEFAN I, a BASIC program for the objective extraction of growth parameters from length-frequency data. Meeresforschung,28(4): 205-211.

________ e MUNRO, J.L. 1984 Once more on the comparison of growth in fishes and invertebrates.ICLARM Fishbyte, 2 (1): 1-21.

PEREZ, J.A.A.; PEZZUTO, P.R.; RODRIGUES, L.F.; VALENTINI,H.; VOOREN, C.M. 2001 Relatório da Reunião Técnica de ordenamento da pesca de arrasto nas regiões Sudeste e Sul do Brasil. Notas Técnicas da FACIMAR í  Revista da Faculdade de Ciências do Mar, Itajaí­­, 5: 1-34.

RIKHTER, V.A. e EFANOV, V.N. 1976 On approaches to estimation of natural mortality of fish populations.
ICLARM Res., Doc 79/VI/8: 1-12.

RIOS, M A.T. 1994 Alimentação dos Sciaenidae C. gracilicirrhus, Cynoscion jamaicensis, C. guatucupa e Paralonchurus brasiliensis,da região costeira de Ubatuba, São Paulo, Brasil.São Paulo, SP. 137p. (Dissertação de Mestrado.Instituto Oceanográfico, USP).

SANTOS, E.P. dos 1963 Growth of goete: Quantitative aspects. Bolm Inst. oceanogr., S Paulo, 13(1):185-190.

________ 1968 Estudo populacional do goete, Cynoscion petranus (Ribeiro, 1915). Bolm Inst.oceanogr., S Paulo, 17(1): 17-31 Crescimento, mortalidade e taxa de explotação do goete, Cynoscion jamaicensis

SANTOS, E.P. dos; VALENTINI, H.; MELLO, J.T.C. 1973 Curva de rendimento do goete, Cynoscion petranus
(Ribeiro, 1915), na costa centro do Estado de S. Paulo. Bolm Inst. Pesca, S Paulo, 2(4): 73-77.

SPACH, H. e YAMAGUTI, N. 1989a Variação geográfica de Cynoscion jamaicensis (Pisces: Sciaenidae) entre as
latitudes 20°18’S (Vitória, ES) e 32°10’S (Barra do Rio Grande, RS) I - Caracteres merí­­sticos. Nerí­­tica,Pontal do Sul, 4(1): 57í 75.

________ e ________ 1989b Variação geográfica de Cynoscion jamaicensis (Pisces: Sciaenidae) entre as latitudes 20°18’S (Vitória, ES) e 32°10’S (Barra do Rio Grande, RS) II - Caracteres morfométricos.Nerí­­tica, Pontal do Sul, 4(1): 77í 104.

________ e ________ 1989c Variação geográfica de Cynoscion jamaicensis (Pisces: Sciaenidae) entre as latitudes 20°18’S (Vitória, ES) e 32°10’S (Barra do Rio Grande, RS) III - Otólito Sagitta. Nerí­­tica, Pontal do Sul, 4(1): 105-117.

SPARRE, P. e VENEMA, S.C. 1992 Introduction to tropical fish stock assessment. Part 1. Manual. FAO Fisheries Technical Paper, Rome, N°. 306.1, Rev. 1: 1-376.

SSENTONGO, G.M. e LARKIN, P. 1973 Some simple methods of estimating mortality rates of exploited fish
populations. J. Fish. Res. Bd Can.., 30: 695-698.

TAYLOR, C.C. 1958 Cod growth and temperature.J. Cons. Int. Explor. Mer, 23: 366í 370.

VALENTINI, H.; CASTRO, P.M.G. de; SERVO, G.J. de M.; CASTRO, L.A.B. de 1991 Evolução da pesca das principais espécies demersais da costa sudeste do Brasil, pela frota de arrasteiros de parelha baseada em São Paulo, de 1968 a 1987. Atlí­¢ntica, Rio Grande, 13(1): 87-95.

VAZZOLER, A.E.A. de M. e BRAGA, F.M. de S. 1983 Contribuição para o conhecimento da Biologia de Cynoscion jamaicensis (Vaillant & Bocourt, 1883), na área entre Cabo de S. Tomé (22°04’S) e Torres (29°21’S), Brasil. Bolm Inst. oceanogr.,S. Paulo, 32(2): 125-136.

VAZZOLER, G. 1975 Distribuição da fauna de peixes demersais e ecologia dos Sciaenidae da plataforma continental brasileira, entre as latitudes 29°21’S (Torres) e 33°41’S (Chuí­­).Bolm Inst. oceanogr., São Paulo, 24: 85-169.

Downloads

Publicado

2018-06-30

Edição

Seção

Artigo cientí­fico