Parí­¢metros morfométricos dos reservatórios Santa Cruz e Umari, semiárido do Rio Grande do Norte, Brasil

Autores

  • Rodrigo Sávio Teixeira de MOURA Pós-graduação em Ciência Animal, Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA) http://orcid.org/0000-0003-4343-6405
  • Rafson Varela dos SANTOS dos SANTOS Pós-graduação em Ciência Animal, Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA)
  • Yuri Vinicius de Andrade LOPES Pós-graduação em Ciência Animal, Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA)
  • Gustavo Gonzaga HENRY-SILVA Departamento de Ciências Animais, Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA).

Palavras-chave:

reservatórios, mapeamento batimétrico, morfometria, semiárido

Resumo

Objetivou-se caracterizar a morfometria dos reservatórios Santa Cruz e Umari, no semiárido do Rio Grande do Norte. O levantamento foi realizado em dezembro de 2012 com auxí­­lio de ecobatí­­metro acoplado a DGPS. A navegação seguiu linhas perpendiculares í­Â  margem dos reservatórios em curvas equidistantes de 400 m. A batimetria em Santa Cruz adquiriu um total de 35.971 pares de pontos e em Umari, 26.575. O reservatório Santa Cruz apresentou 15.984 m de comprimento máximo, 13 m de profundidade média e 38 m de profundidade máxima. Já Umari apresentou, para esses mesmos parí­¢metros, 14.227 m, 8 m e 28 m, respectivamente. O volume total de armazenamento em Santa Cruz foi de 295.858.761 m³ e em Umari foi igual a 114.866.034 m³. Embora com menor volume, Umari apresentou maior perí­­metro, igual a 110.887 m. As curvas hipsométricas revelaram que em Umari existe maior volume de água em profundidades baixas, facilitando a entrada de luz e oferecendo maior suporte í­Â  produtividade biológica, quando comparado com Santa Cruz. Os maiores valores de Fetch e os menores de profundidade foram encontrados em Umari, o que acarreta possivelmente em maior ressuspensão do sedimento neste reservatório, podendo ocasionar maiores cargas de nutrientes. Uma maior proporção de litoral em Umari favorece ainda a colonização das margens por comunidades vegetais. Os reservatórios, em especial Umari, apresentaram profundidade relativa baixa, fator que favorece uma possí­­vel instabilidade térmica e, consequentemente, maior mistura das massas de água, facilitada pela ação dos ventos.

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Publicado

2018-07-13

Edição

Seção

Artigo cientí­fico