Parí¢metros morfométricos dos reservatórios Santa Cruz e Umari, semiárido do Rio Grande do Norte, Brasil
Palavras-chave:
reservatórios, mapeamento batimétrico, morfometria, semiáridoResumo
Objetivou-se caracterizar a morfometria dos reservatórios Santa Cruz e Umari, no semiárido do Rio Grande do Norte. O levantamento foi realizado em dezembro de 2012 com auxílio de ecobatímetro acoplado a DGPS. A navegação seguiu linhas perpendiculares í margem dos reservatórios em curvas equidistantes de 400 m. A batimetria em Santa Cruz adquiriu um total de 35.971 pares de pontos e em Umari, 26.575. O reservatório Santa Cruz apresentou 15.984 m de comprimento máximo, 13 m de profundidade média e 38 m de profundidade máxima. Já Umari apresentou, para esses mesmos parí¢metros, 14.227 m, 8 m e 28 m, respectivamente. O volume total de armazenamento em Santa Cruz foi de 295.858.761 m³ e em Umari foi igual a 114.866.034 m³. Embora com menor volume, Umari apresentou maior perímetro, igual a 110.887 m. As curvas hipsométricas revelaram que em Umari existe maior volume de água em profundidades baixas, facilitando a entrada de luz e oferecendo maior suporte í produtividade biológica, quando comparado com Santa Cruz. Os maiores valores de Fetch e os menores de profundidade foram encontrados em Umari, o que acarreta possivelmente em maior ressuspensão do sedimento neste reservatório, podendo ocasionar maiores cargas de nutrientes. Uma maior proporção de litoral em Umari favorece ainda a colonização das margens por comunidades vegetais. Os reservatórios, em especial Umari, apresentaram profundidade relativa baixa, fator que favorece uma possível instabilidade térmica e, consequentemente, maior mistura das massas de água, facilitada pela ação dos ventos.
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