AVALIAÇÃO DO ESTOQUE DA OSTRA Crassostrea brasiliana EM RIOS E GAMBOAS DA REGIÃO ESTUARINO-LAGUNAR DE CANANÉIA (SÃO PAULO, BRASIL)

Autores

  • Orlando Martins PEREIRA Pesquisador Cientí­­fico - - Pólo Especializado em Desenvolvimento dos Agronegócios do Pescado Marinho -  Instituto de Pesca -  Secretaria da Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo -  SP
  • Ingrid Cabral MACHADO Pesquisador Cientí­­fico - - Pólo Especializado em Desenvolvimento dos Agronegócios do Pescado Marinho -  Instituto de Pesca -  Secretaria da Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo -  SP
  • Marcelo Barbosa HENRIQUES Pesquisador Cientí­­fico -  Pólo Especializado em Desenvolvimento dos Agronegócios do Pescado Marinho -  Instituto de Pesca -  Secretaria da Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo -  SP http://orcid.org/0000-0003-1419-9121
  • Márcia Santos Nunes GALVÃO Pesquisador Cientí­­fico - - Pólo Especializado em Desenvolvimento dos Agronegócios do Pescado Marinho -  Instituto de Pesca -  Secretaria da Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo -  SP
  • Naoyo YAMANAKA Pesquisador Cientí­­fico - - Pólo Especializado em Desenvolvimento dos Agronegócios do Pescado Marinho -  Instituto de Pesca -  Secretaria da Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo -  SP

Palavras-chave:

ostra, Crassostrea brasiliana, manguezal, rios, gamboas, estoques naturais

Resumo

O complexo estuarino-lagunar de Cananéia-Iguape é constituí­­do por um canal principal, além de rios e gamboas, sendo considerado o maior produtor de ostras (Crassostrea brasiliana Lamarck, 1818) em estoques naturais no litoral paulista. Com objetivo de estimar o estoque de ostras associado aos manguezais da região, foram estudados 18 rios e 10 gamboas no perí­­odo de outubro de 1999 a janeiro de 2000. Rios e gamboas foram percorridos da foz até as proximidades das nascentes, a fim de caracterizar estruturalmente os bosques de mangue e estimar o estoque de ostras. As ostras fixam-se, preferencialmente, sobre os rizóforos do mangue vermelho (Rhizophora mangle L.), nos primeiros 5 metros a partir da franja, incluindo as 1ª e 2ª fileiras de árvores junto í­Â s margens. Consideraram-se rios e gamboas produtivos em ostras aqueles que apresentaram bosques de mangue com predominí­¢ncia de R. mangle e os bosques mistos de R. mangle e Laguncularia racemosa (mangue branco). Verificou-se que, em direção í­Â  cabeceira dos rios e gamboas, os bancos de ostras desaparecem paulatinamente, acompanhando o gradiente decrescente de salinidade. A estimativa de produção total dos rios e gamboas foi de 5.505.732 dúzias de ostras, sendo apenas 9,7% de tamanho comercial, correspondendo a 534.056 dúzias. Os manguezais dos rios e gamboas contribuem para a formação do estoque de ostras da região, devendo ser considerados quando se pretender elaborar planos de manejo sustentável de C. brasiliana naquele complexo estuarino-lagunar.

Referências

ADAIME, R. R. 1985 Produção do bosque da gamboa Nóbrega (Cananéia, 25ºS - Brasil). São Paulo, SP. 305 p. (Tese de Doutorado. Instituto Oceanográfico, USP).

AKABOSHI, A e PEREIRA, O. M. 1981 Ostreicultura na região lagunar-estuarina de Cananéia, São Paulo, Brasil. I. Captação de larvas de ostras Crassostrea brasiliana (Lamarck, 1819), em ambiente natural. B. Inst. Pesca, São Paulo, 8 (único):87-104.

BESNARD, W 1950 Considerações gerais em torno da região lagunar de Cananéia-Iguape, São Paulo, Brasil. II
- Diversos aspectos atuais da região lagunar. B. Inst. Paul. Ocean., 1 (2): 3-28.

CAMARGO, T.M. 1982 Comunidades naturais de raí­­zes de mangue-vermelho (Rhizophora mangle L.) e experimentos com substratos artificiais na região de Cananéia (25º lat.S) Brasil. São Paulo, SP. 102 p. (Dissertação de Mestrado. Instituto Oceanográfico, USP).

CAMPOLIM, M.B. e MACHADO, I.C. 1997 Proposta de ordenamento da exploração da ostra do mangue Crassostrea brasiliana na região estuarino-lagunar de Cananéia-SP. In: VII COLACMAR í  Congresso Latino-Americano sobre Ciências do Mar, 22-26 set., Cananéia, SP, 1997. Resumos expandidos...Instituto Oceanográfico USP e Associação Latino-Americana de Investigadores em Ciências do Mar, 1:135-137.

CINTRÓN-MOLERO, G. e SCHAEFFER-NOVELLI, Y. 1981a Roteiro para o estudo de marismas e manguezais. Relatório do Instituto Oceanográfico da USP, 10: 1-13.

CINTRÓN-MOLERO, G. e SCHAEFFER-NOVELLI, Y. 1981b I. Los manglares de la costa brasilera: Revisión preliminar de la literatura. II. Los manglares de Santa Catarina. Informe técnico preparado para a Oficina Regional de Ciência e Tecnologia para a América Latina e Caribe, pela \Universidade Federal de Santa Catarina e UNESCO, 68p.

PEREIRA, O.M; MACHADO, I.C.; HENRIQUES, M.B.; GALVÃO, M.S.N.; BASTOS, A.A. 2000 Avaliação do estoque da
ostra Crassostrea brasiliana (Lamarck, 1819) no manguezal da região estuarino-lagunar de Cananéia (25ºS; 48ºW). B. Inst. Pesca, 26(1): 49-62.

________ e TANJI, S. 1994 Captação de sementes de ostra Crassostrea brasiliana (Lamarck, 1819) no complexo estuarino-lagunar de Cananéia (25ºS, 48ºW) após o fechamento do Valo Grande, em Iguape, SP. Higiene alimentar, 8 (único):25-26.

SCHAEFFER-NOVELLI, Y. 1991 Manguezais brasileiros -Volumes 1 e 2. São Paulo, SP. 96 p. Instituto Oceanográfico. (Tese de Livre Docência, Instituto Oceanográfico, USP).

Downloads

Publicado

2018-10-28

Edição

Seção

Artigo cientí­fico

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)

<< < 1 2 3 4