A pesca de arrasto de talude do sudeste e sul do Brasil: Tendências da frota nacional entre 2001 e 2003

Autores

  • José Angel Alvarez Perez Universidade do Vale do Itaja-­­ (UNIVALI) / Centro de Ciências Tecnológicas, da Terra e do Mar (CTTMar) http://orcid.org/0000-0001-6431-5237
  • Paulo Ricardo Pezzuto Universidade do Vale do Itaja-­­ (UNIVALI) / Centro de Ciências Tecnológicas, da Terra e do Mar (CTTMar)

Palavras-chave:

pesca de arrasto, pesca profunda, pesca demersal, talude, sudeste e sul do Brasil

Resumo

A recente pesca de arrasto de talude do Sudeste-Sul do Brasil é descrita neste trabalho a partir de 1.570 viagens realizadas por arrasteiros duplos e arrasteiros simples da frota nacional entre janeiro de 2001 e dezembro de 2003, todas monitoradas nos portos de Santa Catarina. A atividade produziu cerca de 32.000 t, das quais 80% foram desembarcadas por arrasteiros duplos e 20%, por arrasteiros simples. Essa pescaria estruturou-se em torno de três espécies-alvo: a abrótea-de-profundidade (Urophycis mystacea), a merluza (Merluccius hubbsi) e o peixe-sapo (Lophius gastrophysus). O calamar-argentino (Illex argentinus) teve destacada importí­¢ncia durante o inverno, quando inúmeras viagens foram direcionadas í­Â  espécie. A frota de arrasteiros concentrou-se em dois estratos de profundidade, a saber, 100í 250 m (borda da plataforma) e 250í 500 m (talude superior). No estrato mais profundo, as três espécies de peixe predominaram, tornando-se alvo da maioria das viagens. No estrato mais raso, a pesca teve natureza multiespecí­­fica. Arrasteiros duplos e simples atuaram principalmente ao norte e ao sul de 29°S, respectivamente, tendo os arrasteiros simples obtido capturas maiores e mais seletivas. Os ní­­veis de produção, abundí­¢ncia e esforço de pesca indicam que a atividade atingiu seu máximo em 2002, e vem, a partir daí­­, apresentando um franco declí­­nio. Sugere-se que a pesca de arrasto de talude se desenvolveu nos moldes das "corridas-do-ouro†e que seu potencial de sustentação parece ser incompatí­­vel com a elevada capacidade instalada das frotas de arrasteiros da Região Sudeste-Sul do Brasil.

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Publicado

2018-10-29

Edição

Seção

Artigo cientí­fico