Avaliação de consumo alimentar e textura do exoesqueleto do camarão marinho Litopenaeus vannamei (Crustacea: Penaeidae) em cultivo comercial, durante o ciclo de muda

Autores

  • Marino Eugênio de Almeida Neto Mestre em Bioecologia Aquática - Departamento de Oceanografia e Limnologia -  Universidade Federal do Rio Grande do Norte
  • Aldemir Gomes Freire Professor Adjunto do DOL/CB/UFRN

Palavras-chave:

ciclo de muda, alimentação, camarão marinho, Litopenaeus vannamei, textura do exoesqueleto, carcinicultura, setogênese

Resumo

O presente trabalho teve como objetivo avaliar, em cultivo comercial do camarão marinho Litopenaeus vannamei, a influência do estágio do ciclo de muda do camarão no consumo de ração, e correlacionar a textura de seu exoesqueleto com o método de identificação através da setogênese. Este estudo foi realizado num viveiro de uma fazenda situada 50 quilômetros ao sul da capital, Natal, no litoral do Estado do Rio Grande do Norte, no perí­­odo dez./2002-abr./2003. Para tanto, em cinco pontos do viveiro foi capturado um total de 125 camarões três vezes por semana. Durante o estudo registrou-se comprimento (mm), peso (g), estágio do ciclo de muda e textura do exoesqueleto, individualmente. Num ciclo de 119 dias, os camarões cresceram, em média, 5,0 mm e 1,0 grama por semana, sendo despescados com 118,07 mm e 13,96 gramas. A duração dos estágios do ciclo completo de muda, estimada através da análise espectral de Fourier, foi de 10,47 a 13,07 dias. O í­­ndice de correlação de Pearson indicou correlação positiva entre a textura mole do exoesqueleto e os estágios A (r=0,96), D2 (r=0,57) e D3 (r=0,42), e entre a textura normal e o estágio C (r=0,83). Nas condições em que o estudo foi realizado concluiu-se que em viveiros comerciais existe sincronia dos camarões em relação ao ciclo de muda, e que a textura do exoesqueleto pode ser utilizada como método para determinação do perí­­odo de muda, desde que complementado pelo método da setogênese.

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Publicado

2018-10-30

Edição

Seção

Artigo cientí­fico