Ciclo reprodutivo de Anomalocardia brasiliana (Gmelin, 1791) (Mollusca, Bivalvia, Veneridae) na Praia do Canto da Barra, Fortim, Ceará, Brasil

Autores

  • Cristina Barreira Instituto de Ciências do Mar/Universidade Federal do Ceará
  • Maria Araújo Mestrado em Ciências Marinhas Tropicais/Instituto de Ciências do Mar/Universidade Federal do Ceará

Palavras-chave:

ciclo reprodutivo, molusco bivalve, Anomalocardia brasiliana, Ceará

Resumo

Os bivalves marinhos são muitos apreciados como alimento e também pela possibilidade de suas conchas serem aproveitadas na confecção de várias utilidades, especialmente enfeites. O ciclo reprodutivo do bivalve marinho venerí­­deo, Anomalocardia brasiliana, foi estudado, sendo correlacionado com parí­¢metros ambientais, como salinidade, temperatura e precipitação pluviométrica. As amostragens foram realizadas mensalmente, de maio/2002 a abr./2003, na Praia do Canto da Barra, localizada no estuário do Rio Jaguaribe, Municí­­pio de Fortim, Estado do Ceará. A identificação dos sexos e a caracterização das fases de desenvolvimento da gônada foram realizadas utilizando-se técnicas histológicas de rotina. A diferenciação sexual dos bivalves ocorreu, provavelmente, quando o comprimento da concha estava entre 12,9 mm e 17,9 mm. Durante a gametogênese identificaram-se, em fêmeas, ovogônias, ovócitos pré-vitelogênicos, vitolegênicos e maduros, e em machos, espermatogônias, espermatócitos I, espermatócitos II, espermátides e espermatozoides. A reprodução da espécie é contí­­nua; entretanto foram observados perí­­odos de maior liberação de gametas: julho a outubro/2002 e fevereiro a abril/2003. Foram reconhecidas, para ambos os sexos, as seguintes etapas de desenvolvimento gonadal: "em Maturação" "Maduro" "em Eliminação†e "Eliminadoâ€Â. Dentre os fatores ambientais observados, a precipitação pluviométrica e a salinidade foram os que apresentaram as maiores amplitudes de variação, entretanto, efeito significativo da diminuição da salinidade foi observado somente em machos, em abril/2003.

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Publicado

2018-07-05

Edição

Seção

Artigo cientí­fico