Efeito da lua e da maré na captura de peixes em uma planí­­cie de maré da Baí­­a de Paranaguá, Paraná, Brasil

Autores

  • Rodrigo Godefroid Prof. Dr. da Universidade UNIANDRADE
  • Henry Spach Prof. Dr. do Centro de Estudos do Mar da UFPR http://orcid.org/0000-0002-4100-2868
  • Roberto Schwarz Jr Pós-graduando - Mestrado em Zoologia da UFPR
  • Guilherme Queiroz Bolsista de Iniciação Cientí­­fica, UFPR/CNPq
  • José Neto Pós-graduando - Mestrado em Zoologia da UFPR

Palavras-chave:

ictiofauna, variação temporal, lua, maré, Brasil

Resumo

Em uma planí­­cie de maré da Baí­­a de Paranaguá foi analisada a influência da maré e da fase lunar sobre as capturas de peixes. As coletas foram realizadas na preamar e baixa-mar das marés de sizí­­gia (lua cheia) e de quadratura (lua minguante), entre agosto de 1998 e julho de 1999. Em cada momento amostral foram realizados, no sentido da corrente, dois arrastos consecutivos e paralelos í­Â  costa, em áreas com 100 metros de extensão, com rede tipo picaré com 30,0 m x 2,0 m e 0,5 cm de malha entre nós adjacentes e saco com 2 m de comprimento. Foram capturados 47.012 exemplares de peixes (179 kg), pertencentes a 110 espécies e 43 famí­­lias. O número médio de espécies capturadas foi significativamente maior na lua cheia, enquanto que a diversidade média e a equitatividade média foram estatisticamente maiores na preamar. Em média, o tamanho e o peso dos exemplares também foram maiores na lua cheia e na preamar. Entre as fases da lua e as duas marés não foram observadas diferenças estatí­­sticas entre as médias do número de peixes, peso da captura e riqueza. As estruturas em espécie foram diferentes entre as capturas da baixa-mar e preamar da lua cheia e entre a baixa-mar da lua cheia e a preamar da lua minguante, observando-se entre as duas últimas a maior dissimilaridade média, sendo as espécies Anchoa tricolor e Anisotremus surinamensis as maiores responsáveis por tal dissimilaridade.

 

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Publicado

2018-07-02

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Seção

Artigo cientí­fico

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