Caracterização da pescaria industrial de espinhel-de-superfí­­cie no Rio Grande do Norte

Autores

DOI:

https://doi.org/10.20950/1678-2305.2017v43n3p446

Palavras-chave:

pesca, atuns, CPUE, exportação, custos

Resumo

O Rio Grande do Norte (RN) foi o principal exportador brasileiro de atuns e afins durante o perí­­odo de 2006 a 2016, gerando alimento, emprego e renda, haja vista a sua proximidade com as rotas migratórias desses peixes. Visando a um melhor entendimento da diní­¢mica e composição das capturas da frota sediada no RN e que opera com espinhel pelágico no Atlí­¢ntico Sudoeste Equatorial, também foram analisados dados de desembarques entre 2006 e 2014. Cerca de 80% das capturas em peso foram apenas de quatro espécies, sendo 34,1% Thunnus albacares; 30,8% Xiphias gladius; 8,8% Prionace glauca e 6,8% Thunnus obesus. A remuneração da tripulação, combustí­­vel, isca e material de pesca representaram 65% dos custos de produção. Do total exportado pelo Brasil, em peso, o RN foi responsável por aproximadamente 77% de T. albacares fresco e 26% congelado, 92% de T. obesus fresco e 90% congelado e 55% de X. gladius fresco e 95% congelado. Este estudo produziu informações que devem ser levadas em consideração para a sustentabilidade da atividade de pesca de atuns e afins pela frota Potiguar.

Referências

AZEVEDO, V.G.; NORA M.; ABDALLAH, P.R; ROSSI-WONGTSCHOWSKI; C.L.B. 2014 Custos operacionais de captura da frota camaroeira do litoral norte do Estado de São Paulo: análise
comparada entre valores de mercado e valores de cooperados. Brazilian Journal of Aquatic Science and Technology, 18(1): 71í 79.

CLARKE, S.C.; MAGNUSSEN, J.E.; ABERCROMBIE, D.L.; MCALLISTER, M.K.; SHIVJI, M.S. 2006 Identification of shark species composition and proportion in the Hong Kong shark fin market
based on molecular genetics and trade records. Conservation Biology, 20(1):201í 211.

CORTÉS, E. 2000 Life history patterns and correlations in sharks. Reviews in FisheriesScience, 8(2): 299í 344.

DIAS-NETO, J. 2010 Gestão do uso dos recursos pesqueiros marinhos no Brasil. IBAMA, Brasí­­lia,
DF, Brasil. ISBN, 85-7300. 242p.

DIAS-NETO, J.; DIAS, J.F.O.D. 2015. O uso da biodiversidade aquática no Brasil: uma avaliação com
foco na pesca. Brasí­­lia: Ibama, 2015. 288p.

DOUMENGE, F. 1998 L’histoire des Peches Thonoeres. Collective Volume of Scientific PapersInternational Commission for the Conservation of Atlantic Tunas, 50(3): 753í 802.

FAO 2013 Statistical Yearbook 2013: World Food and Agriculture. Food Agriculture Organization UN Rome Italy. ISSN, 2225-7373. 307p.

FATMA, E. 2015 Development of sustainable tuna processing industry using system dynamics
simulation. Procedia Manufacturing, 4(1): 107í 114.

FRÉDOU, F.L.; TOLOTTI, M.T.; FRÉDOU, T.;CARVALHO, F.; HAZIN, H.; BURGESS, G.;COELHO, R.; WATERS, J.D.; TRAVASSOS,P.; HAZIN, F.H.V. 2015 Sharks caught by the Brazilian tuna longline fleet: an overview. Reviews in Fish Biology and Fisheries, 25(2):
365í 377.

FRÉDOU, F.L.; FRÉDOU, T.; GAERTNER, D.; KELL,L.; POTIER, M.; BACH, P.; TRAVASSOS, P.;

HAZIN, F.; MÉNARD, F. 2016 Life history traits and fishery patterns of teleosts caught by the tuna longline fishery in the South Atlantic and Indian Oceans. Fisheries Research, 179(2):308í 321.

HAIMOVICI, M.; VASCONCELLOS, M.; KALIKOSKI, D. C.; ABDALAH, P.; CASTELLO,J. P.; HELLEBRANDT, D. 2006 Diagnóstico da pesca no litoral do estado do Rio Grande do Sul.
In: ISAAC, V.N.; HAIMOVICI, M.; MARTINS, S.A; ANDRIGUETTO, J.M.(Org). A pesca marinha e estuarina do Brasil no iní­­cio do século XXI: recursos, tecnologias, aspectos socioeconômicos
e institucionais. Belém; UFPA. 2006. p.157-180.

HAZIN, F.H.V.; TRAVASSOS, P.; LINS, J.O. 2004 Diní­¢mica da Frota Industrial. In: LESSA, R.P.;
NÓBREGA, M.F.; JUNIOR, J.B. (Eds.). Diní­¢mica das frotas pesqueiras da região Nordeste do Brasil.
Análise das principais pescarias. Programa de Avaliação do Potencial Sustentável dos Recursos
Vivos da Zona Econômica Exclusiva do Brasil (REVIZEE), Recife p. 113í 116.

HAZIN, F.H.V. 2007 Sí­­ntese sobre os grandes peixes pelágicos no Nordeste (atuns, agulhões
e tubarões). In: HAIMOVICI, M. (ORG.). A prospecção pesqueira e abundí­¢ncia de estoques
marinhos no Brasil nas décadas de 1960 a 1990: levantamento de dados e avaliação crí­­tica. MMA/
SMCQ, 2007. p. 273-295.

HAZIN, F.; TRAVASSOS, P. 2007 A pesca oceí­¢nica no Brasil no Século 21. Revista Brasileira Engenharia de Pesca, 2(1): 60í 75.

HAZIN, F.H.; TRAVASSOS, P. 2010 Aspectos estratégicos para o desenvolvimento da pesca
oceí­¢nica no Brasil. Parcerias Estratégicas, 11(23):289í 310.

ICCAT 2014 Report of the Standing Committee on Research and Statistics (SCRS). International
Commission for the Conservation of Atlantic Tunas. Disponí­­vel em: <http://www.iccat.es/Documents/Meetings/Docs/2014-SCRSREP_ENG.pdf>. Acesso em: 14 jun. 2016

LEE, R. 1957 Tuna fisheries development (northeastern coast of Brazil). FAO Fish Report, 739, p. 29.

MARÍN, Y.H.; BRUM, F.; BAREA, L.C.; CHOCCA,J.F. 1998 Incidental catch associated with swordfish longline fisheries in the south-west Atlantic Ocean. Marine and Freshwater Research,49(7): 633í 639.

MATSUDA, Y. 1998 History of the Japanese tuna fisheries and a Japanese perspective on Atlantic
bluefin tuna. Collective Volume of Scientific PapersInternational Commission for the Conservation of Atlantic Tunas, 50(2):733í 752.

MEGALOFONOU, P. 2005 Incidental catch and estimated discards of pelagic sharks from the
swordfish and tuna fisheries in the Mediterranean Sea. Fishery Bulletin, 103(4): 620í 634.

MPA (MINISTÉRIO DA PESCA E AQUICULTURA)2010 Boletim Estatí­­stico da Pesca e Aquicultura.
BRASIL, 2010. Disponí­­vel em: <http://www.icmbio.gov.br/cepsul/images/stories/biblioteca/download/estatistica/est_2010_nac_boletim.pdf>. Acesso em: 8 jul. 2016

MPA (MINISTÉRIO DA PESCA E AQUICULTURA)2011 Boletim Estatí­­stico da Pesca e Aquicultura.
BRASIL, 2011. Disponí­­vel em: <http://www.icmbio.gov.br/cepsul/images/stories/biblioteca/download/estatistica/est_2011_bol__bra.pdf>. Acesso em: 8 jul. 2016.

MPA (MINISTÉRIO DA PESCA E AQUICULTURA)2013 Boletim do Registro Geral da Pesca (RGP)
2012. BRASIL. 50p.

NÓBREGA, C.C.; MENDES, P.P.; MENDES, E.S. 2014 Factors that determine the quality of bigeye
tuna, caught in the western tropical Atlantic Ocean. Arquivo Brasileiro de Medicina Veterinária
e Zootecnia, 66(3): 949í 958.

PACHECO, J.C.; KERSTETTER, D.W.; HAZIN, F.H.V.; HAZIN, H.; SEGUNDO, R.S.S.L.;GRAVES, J.E.; CARVALHO, F.; TRAVASSOS, P.E. 2011 A comparison of circle hook and J hook performance in a western equatorial Atlantic Ocean pelagic longline fishery. Fisheries Research,107(1í 3): 39í 45.

PEDROSA, B.M.J.; MACHADO, R.T.M.; HAZIN, F.V.H. 2002 Análise de viabilidade econômica:estudo de caso de uma frota atuneira sediada em Natal, estado do Rio Grande do Norte, no perí­­odo 1984í 1994. Revista Econômica do Nordeste,33(3): 574í 592.

P R A V I N , P . ; M E E N A K U M A R I , B . ;BOOPENDRANATH, M. 2008 Harvest Technologies for Tuna and Tuna like fishes inIndian seas and bycatch issues. In: JOSEPH, J.;BOOPENDRANATH, M.R.; SANKAR, T.V.;JEEVA, J.C.; RAKESH K. Harvest and Postharvest Technology for Tuna. Society of Fisheries Technologists (India), Cochin, p. 79í 103.

RODRIGUES FILHO, J.L.; COUTO, E.C.G.;BARBIERI, E.; BRANCO, J.O. 2016 Ciclos sazonais da carcinofauna capturada na pesca do camarãosete-barbas, Xiphopenaeus kroyeri no litoral de
Santa Catarina. Boletim do Instituto de Pesca,42(3): 648-661.

ROSE, D.A. 1998 Shark Fisheries and Trade in the Americas. Traffic. Vol. 1: North America. 143pp.

SANTOS Jí­Å¡NIOR, C.A. 2014 Sustentabilidade, direito ambiental e meio ambiente: a indústria
da pesca em Santa Catarina. Revista Justiça do Direito, 28(2): 334í 348.

SILVA, G.; BEZERRA, M.; FREIRE, J.; ARAí­Å¡JO, P.; RUIVO, U. 2013 Descrições gerais da frota japonesa arrendada para a pesca de atuns e afins na Zona Econômica Exclusiva do Brasil. Arquivos
de Ciências do Mar, 46(2): 55í 63.

TEIXEIRA, G. S.; ABDALLAH, P. R.; MOREL, B. B. G. 2002 Pesca com embarcações arrendadas no
Brasil: uma análise econômica desta atividade no perí­­odo de 1998 a 2002. CEEMA - Centro de
Estudos em Economia e Meio Ambiente. Univ.Rio Grande - FURG, 2002. Available at: <http://
www.sober.org.br/palestra/12/05O298.pdf>.Acesso: Julho 22, 2017.

Downloads

Publicado

2017-09-25

Edição

Seção

Nota cientí­­fica (Short Communication)