Pegada hí­­drica cinza de sistema de cultivo intensivo de camarão-branco em água salobra

Autores

  • Camilla Adriano WOJCIKIEWICZ Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Departamento de Aquicultura, Laboratório de Camarí­µes Marinhos http://orcid.org/0000-0002-5854-4030
  • Felipe Vieira do NASCIMENTO Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Departamento de Aquicultura, Laboratório de Camarí­µes Marinhos
  • Luis Hamilton Pospissil GARBOSSA Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (EPAGRI) http://orcid.org/0000-0003-1544-0079
  • Katt Regina LAPA Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Departamento de Aquicultura, Laboratório de Camarí­µes Marinhos http://orcid.org/0000-0002-0130-5389
  • Luis Alejandro Vinatea ARANA Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Departamento de Aquicultura, Laboratório de Camarí­µes Marinhos http://orcid.org/0000-0002-3893-4728

DOI:

https://doi.org/10.20950/1678-2305.2017v43n3p426

Palavras-chave:

ecossistemas aquáticos, Litopenaeus vannamei, impacto ambiental, pegada hí­­drica cinza

Resumo

Este estudo objetivou identificar, por meio da metodologia da pegada hí­­drica cinza, o consumo hí­­drico e o potencial contaminante do cultivo intensivo de Litopenaeus vannamei. A pesquisa foi conduzida na Fazenda Experimental Yakult í  UFSC entre setembro de 2014 e janeiro de 2015, em cultivos intensivos sem renovação de água e tendo como substí­¢ncia de releví­¢ncia ambiental o fósforo total. O valor da pegada hí­­drica cinza obtido no sistema de cultivo intensivo do camarão marinho foi de 1.315,11 m³ por tonelada produzida. Esse volume representa aproximadamente 68% daquele utilizado na produção. A pegada hí­­drica cinza do sistema de cultivo intensivo de camarões-brancos foi influenciada pela legislação vigente, pois esta permite lançamentos de fósforo total em valores que podem estar em desacordo com a capacidade de assimilação do corpo receptor, comprometendo, assim, o ecossistema aquático. Para novos cálculos de pegada hí­­drica cinza no Brasil sugere-se o uso do í­­ndice de estado trófico do corpo hí­­drico como referência de concentração máxima aceitável dos corpos hí­­dricos.

 

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Publicado

2017-09-25

Edição

Seção

Artigo cientí­fico