A INFLUí­Å NCIA DA CORRENTE COSTEIRA NA ESTIMATIVA DE ÍNDICES DE ABUNDÂNCIA RELATIVA NA PESCA DE CAMARí­-ES DE PEQUENA ESCALA

Autores

  • Paulo Victor do Nascimento ARAÚJO Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte -  IFRN, Campus Macau, Grupo de Pesquisa em Análise Ambiental, Modelagem e Geoinformação -  PAMGEIA. http://orcid.org/0000-0002-0625-0946
  • Alex Barbosa de MORAES Universidade Federal do Rio Grande do Norte -  UFRN, Campus Universitário Lagoa Nova, Centro de Biociências - CB, Departamento de Botí­¢nica e Zoologia - BEZ, Laboratório de Ecologia e EvoluçaÌÆ’o de Crustáceos -  LABEEC. http://orcid.org/0000-0003-3407-4641
  • Flávia LUCENA FRÉDOU Universidade Federal Rural de Pernambuco -  UFRPE, Campus Dois Irmãos, Departamento de Pesca e Aquicultura -  DEPAq http://orcid.org/0000-0001-5492-7205
  • Fúlvio Aurélio de Morais FREIRE Universidade Federal do Rio Grande do Norte -  UFRN, Campus Universitário Lagoa Nova, Centro de Biociências - CB, Departamento de Botí­¢nica e Zoologia - BEZ, Laboratório de Ecologia e EvoluçaÌÆ’o de Crustáceos -  LABEEC. http://orcid.org/0000-0003-1580-0222

DOI:

https://doi.org/10.20950/1678-2305/bip.2021.47.e665

Palavras-chave:

fishing effort;, Catch per Unit Effort;, Catch per Unit Swept Area;, fisheries research;, trawl fishing;, artisanal fishing.

Resumo

O objetivo desta nota foi avaliar a influência da corrente costeira na estimativa de í­­ndices de abundí­¢ncia relativa para a pesca de arrasto de camarão marinho em pequena escala, a fim de indicar o melhor í­­ndice de abundí­¢ncia relativa a ser usado para avaliação e conservação de estoque. Pescarias de arrasto experimentais e georreferenciadas foram realizadas com equipamentos e tempos de captura padronizados no litoral do Rio Grande do Norte, Nordeste do Brasil. Os arrastos seguiram orientações convergentes e divergentes ao fluxo da corrente litorí­¢nea local. Os resultados mostraram que a direção do fluxo da corrente costeira influencia diretamente na distí­¢ncia e no deslocamento de arrasto, gerando variações no esforço amostral e, consequentemente, viés ao utilizar Captura por Unidade de Esforço (CPUE) como í­­ndice de abundí­¢ncia relativa. Por outro lado, a adoção da Captura por Unidade de Área (CPUA) como um í­­ndice de abundí­¢ncia relativa para o arrasto de camarão torna-se mais adequada, uma vez que as variações nas distí­¢ncias de deslocamento dos arrastos são perceptí­­veis por este í­­ndice.

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Publicado

2021-12-17

Edição

Seção

Nota cientí­­fica (Short Communication)