O pulso de inundação regula a distribuição longitudinal das assembleias de peixes nos lagos de várzea amazônicos
DOI:
https://doi.org/10.20950/1678-2305/bip.2022.48.e688Palavras-chave:
Sazonalidade; Ecologia de peixes; Pesca amazônica; Migração.Resumo
O presente estudo avaliou a incidência de espécies de peixes no lago Cujubim em Porto Velho (Rondônia, Brasil), com os períodos de cheia e seca. Para tal, utilizou-se de pescarias experimentais, com coletas da ictiofauna realizadas nos anos de 2019 e 2020, totalizando 2.508 peixes amostrados. Na quantificação dos dados ecológicos, foram aplicados os métodos de Shannon-Weaver para diversidade, riqueza, dominância de Simpson e equabilidade de Pielou. As ordens predominantes foram Characiformes e Siluriformes, sendo a espécie Anchovia aff. surinamensis a mais abundante (N=809, 35,49%). Os indicadores de diversidade foram semelhantes em todos os setores (S1=a margem inferior - extremidade, S2=centro e S3=entrada do lago). Somente a riqueza e a abundância foram menores no setor S3, mesmo com a importância desse hábitat como conexão com o rio Madeira, indicando diversidade transitória, seguida de seleção ativa dos setores S1 e S2 pela maioria dos peixes no lago. Os dados limnológicos, como temperatura (30,30±1,20°C), condutividade (35,82±5,98 µS cm-1), oxigênio dissolvido (7,38±3,56 mg L-1) e pH (6,70±0,54), estiveram de acordo com a média aceitável para peixes tropicais. A análise de escalonamento multidimensional não métrico (NMDS) evidenciou a ordenação dos parâmetros por setor e espécies com maior afinidade para cada atributo ambiental, no qual se destacaram o oxigênio dissolvido (NMDS1=-0,720; r2=0,862 e p=0,043) e a condutividade elétrica. Assim, pode ser concluído que o comportamento de colonização da diversidade de peixes do lago Cujubim é afetado de forma sazonal e longitudinal.
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