Efeitos da chuva na densidade de Anomalocardia flexuosa na costa nordeste do Brasil usando modelos de defasagem distribuída
DOI:
https://doi.org/10.20950/10.20950/1678-2305/bip.2022.48.e703Palavras-chave:
Chuvas, produção de bivalves, modelo de defasagem distribuída, autocorrelaçãoResumo
Neste estudo, foram analisados os efeitos da precipitação nas densidades de Anomalocardia flexuosa sob a perspectiva de atrasos temporais entre as variáveis. As coletas foram bimensais, entre abril de 2016 e fevereiro de 2018, na praia de Mangue Seco, Pernambuco, Brasil. As densidades totais e por categoria de tamanho (pequeno, médio e grande) e a precipitação foram analisadas com as funções de autocorrelação e correlação cruzada, com análise retrospectiva de até 12 meses. Modelos de defasagem distribuída foram empregados entre as variáveis. A densidade máxima foi encontrada em junho de 2017 (378 ind.m²) na categoria de tamanho médio dos indivíduos. Autocorrelações significativas ocorreram nas densidades (total e tamanho médio) e precipitação. Nas funções de correlação cruzada, a alta precipitação de determinado mês foi seguida por alta nas densidades total e de indivíduos médios por até dois meses. Os Modelos de defasagem distribuída também apresentaram valores significativos entre as densidades (total e tamanho médio) e a precipitação, explicando mais de 50% da variabilidade desses dois grupos. O efeito da precipitação foi responsável pelo aumento da densidade de A. flexuosa por até dois meses, principalmente pelo incremento de indivíduos com comprimentos de concha medianos.
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