Canibalismo em larvas de matrinxã, Brycon cephalus, após imersão dos ovos í­Â  diferentes concentrações de triiodotironina (T3)

Autores

  • Antônio Fernando Gervásio Leonardo Pesquisador Cientifico do Pólo Regional do Vale do Ribeira -  APTA/SAA
  • Marcio Aquio Hoshiba Mestrando da Produção Animal (Zootecnia) da FCAV -  UNESP
  • José Augusto Senhorini Centro de Pesquisa e Gestão de Recursos Pesqueiros Continentais -  CEPTA http://orcid.org/0000-0002-5120-448X
  • Elisabeth Criscuolo Urbinati CAUNESP/UNESP http://orcid.org/0000-0001-6623-8095

Palavras-chave:

larvicultura, Brycon cephalus, hormônio tireoidiano, predação

Resumo

O trabalho observou o canibalismo em larvas de matrinxã, Brycon cephalus, oriundas de ovos expostos a triiodotironina (T3) durante 36 a 72 horas pós-eclosão. Foram avaliados: o peso e comprimento das larvas, conteúdo estomacal, ocorrência de canibalismo e tipos de ataque. O estudo foi realizado no Centro de Pesquisa e Gestão de Recursos Pesqueiros Continentais (CEPTA/IBAMA), Pirassununga - SP, em novembro de 2004. Três fêmeas foram induzidas hormonalmente í­Â  reprodução, sendo os ovócitos extrusados misturados, fertilizados e divididos em quatro alí­­quotas que constituí­­ram os tratamentos: L1 (controle - água); L2 (0,01 ppm T3); L3 (0,05 ppm T3) e L4 (0,1 ppm T3). Os ovos foram hidratados por 15 minutos em água e nas soluções com diferentes concentrações de T3. Em seguida foram distribuí­­dos em 12 incubadoras cônicas de 60 L (três repetições por tratamento) (500 mL de ovos por incubadora) e as larvas foram contadas no momento da eclosão. Foram realizadas quatro coletas durante a ocorrência de canibalismo (36, 48, 60 e 72 horas pós-eclosão), sendo coletadas 30 larvas por tratamento em cada coleta. O peso das larvas predadoras (com restos de larvas no estômago) foi 50% maior que o das não predadoras (sem restos de larvas no estômago), e o comprimento, 9%, independentemente do tratamento hormonal. Os coeficientes de variação do peso e comprimento não diferiram entre tratamentos, indicando homogeneidade de tamanho. A análise do conteúdo estomacal revelou que o canibalismo ocorreu em cerca de 50-60% das larvas, independentemente da exposição dos ovos í­Â  triiodotironina, e os ataques se caracterizaram por confrontos cabeça-cauda e cauda-cabeça.

 

Referências

BARAS, E.; MAXI, M.Y.J.; NDAO, M.; MELARD,C. 2000 Sibling cannibalism in dorada under experimental conditions II. Effect of initial size heterogeneity, diet and light regime on early cannibalism. Journal of Fish Biology, London, 57:1021-1036.

BARAS, E. 1998 Bases biologiques du cannibalisme chez les poissons. Cahiers d’Ethologie Fundamentale et Appliquée, Animale et Humaine, Paris, 17: 311 -321.

BERNARDINO, G.; SENHORINI, J.A.; FONTES,N.A.; BOCK, C.L.; MENDONí­"¡A, J.O.J. 1993
Propagação artificial do matrinxã, Brycon cephalus (Gunther, 1869), (Teleostei, Characidae). Boletim Técnico CEPTA, Pirassununga, 6(2): 1-10.

BOYD, C.E. 1990 Water quality in ponds for aquaculture.Internacional Center for Aquaculture, Alabama Agricultural Experiment Station, Auburn University, 482p.

BROWN, C.L.; DOROSHOV, S.I.; NUí­"˜EZ, J.M.,HADLEY, C.; VANEENENNAAM, J.; NISHIOKA, R.S.; BERN, H.A. 1988 Maternal triiodothyronine injections cause increases in swimbladder inflation and survival rates in larval striped bass, Morone saxatilis. Journal of Experimental Zoology,Philadelphia, 248: 168-176.

DE ANGELIS, D.L.; COX, D.K.; COUNTANT, C.C. 1979 Cannibalism and size dispersal in young-ofthe-year large mouth bass: experiment and model.Ecological Modeling, Paris, 8: 133-148.

DE ANGELIS, D.L.; HACKNEY, P.A.; WEBB, J.C. 1980 A partial differential equation model of changing sizes and numbers in a cohort of juvenile fish. Environmental Biology of Fishes, Boston, 5: 261-266.

DICKHOFF, W.W.; YAN, L.; PLISETSKAYA, E.M.;SULLIVAN, C.V.; SWANSON, P.; HARA, A.;
BERNARD, M.G. 1989 Relationship between metabolic and reproductive hormones in salmonid fish. Fish Physiology and Biochemistry, Amsterdam,7: 147-155.

HECHT, T. and APPELBAUM, S. 1988 Observations on intraespecific aggression and coeval sibling cannibalism by larva and juvenile Clarias gariepinus (Clariidae: Pisces) under controlled conditions. Journal of Zoology, London, 214: 21-44.

HECHT, T. and PIENNAR, A.G. 1993 A review of cannibalism and its implications in fish
larviculture. Journal of the World Aquaculture Society, Amsterdam, 24: 246-261.

HEY, J.; FARRAR, E.; BRISTOW, B.T.; STETTNER, C.; SUMMERFELT, R.C. 1996 Thyroid hormones and their influences on larval performance and incidence of cannibalism in walleye Stizostedion vitreum. Journal of the World Aquaculture Society, Amsterdam, 27: 40-51.

JOBLING, M. 1994 Fish bioenergetics. London:Chapman e Hall. 294p.

KATAVIC, I.; JUG-DUJAKOVIC, J.; GLAMUZINA, B. 1989 Cannibalism as a factor affecting the survival of intensively cultured sea bass (Dicentrarchus labrax) fingerlings, Aquaculture, Amsterdam, 77:135-143.

KESTEMONT, P.S.; JOURDAN, M.; HOUBART, C.; P.S.; JOURDAN, M.; HOUBART, C.;
MERLARD, M.; PASPATIS, P.; FONTAINE, A.;CUVIER, M., BARAS, E. 2003 Size heterogeneity, , M., BARAS, E. 2003 Size heterogeneity,cannibalism and competition in cultured predatory fish larvae; biotic and abiotic influences. Aquaculture, Amsterdam, 227: 333-356.

LAM, T.J. 1994 Hormones and egg/larval quality in fish. Journal of the World Aquaculture Society, Amsterdam, 25: 2-12.

LANDINES, M.A. 2003 Efeito da triiodotironina (T3) no desenvolvimento embrionário e no desempenho das larvas de pintado (Pseudoplatystoma fasciatum), piracanjuba
(Brycon orbignyanus) e dourado (Salminus maxillosus).Jaboticabal. 146 p. (Tese de Doutoramento, Centro de Aqüicultura da UNESP, Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinária de Jaboticabal, São Paulo).

LEONARDO, A.F.G. 2005 Ação da triiodotironina na criação de larvas de piracanjuba (Brycon orbignyanus) e do matrinxã (Brycon cephalus). Jaboticabal. 82 p. (Tese de Doutoramento, Centro de Aqüicultura da UNESP, Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinária de Jaboticabal, São Paulo).

LEONARDO. A.F.G.; ROMAGOSA. E.; BORELA. M. E.; BORELA. M.I.; BATLOUNI. S.R. 2004 Induced spawning of hatchery-raised Brasilian catfish, cachara,Pseudoplatystoma fasciatum, (Linnaeus, 1766) Aquaculture, Amsterdam, 240: 451-461.

LIAO, C.I.; SU, H.M.; CHANG, E.Y. 2001 Techinques in finfish larviculture in Taiwan. Aquaculture, Amsterdam, 200: 1-31.

LOADMAN, N.L.; MOODIE, G.E.F.; MATHIAS, J.A.1986 Significance of cannibalism in larval walleye (Stizostedion vitreum). Canadian Journal of Fisheries and Aquatic Sciences, Ottawa, 43: 613-618.

MYLONAS, C.C.; SULLIVAN, C.V.; HINSHAW, J.M.1994 Thyroid hormones in brown trout (Salmo trutta) reproduction and early development. Fish Physiology and Biochemistry, Amsterdam, 13: 485-493.

ROMAGOSA, E.; NARAHARA, M.Y.; BORELLA,M.I.; FENERICH-VERANI, N. 2001 Seleção
e caracterização de fêmeas de matrinxã, Brycon cephalus, induzidas a reprodução. Boletim do Instituto de Pesca, São Paulo, 27: 113-121.

SENHORINI, J.A.; MANTELATTO, F.L.M.;CASANOVA, S.M.C 1998 Growth and survival
of larvae of Amazon species "matrinxã" Brycon cephalus (Pisces, Characidae), in larviculture ponds. Boletim Técnico do CEPTA, Pirassununga,11: 13-28.

SMITH, C. and REAY, P. 1991 Cannibalism in teleost fish. Reviews in Fish Biology and Fisheries, Amsterdam, 1: 16-29.

URBINATI, E.C.; SOARES, M.F.; SENHORINI, J.A. 2003 Preliminary study of the effect of maternal triiodithyronine on early development of matrinxã, Brycon cephalus (Characidae). Journal of Aquaculture in the Tropics, Kharagpur, 18 (3): 217-224.

VASQUES. L.H. 2003 Participação do hormônio triiodotironina (T3) no desenvolvimento inicial do matrinxã Brycon cephalus. Jaboticabal. 146 p.(Tese de Doutoramento, Centro de Aqüiculturada UNESP, Faculdade de Ciências Agrárias e
Veterinária de Jaboticabal, São Paulo).

WOYNAROVICH, E. and SATO, Y. 1990 Special rearing of larvae and post-larvae of matrinxã (Brycon lundii) and dourado (Salminus brasiliensis). In: HARVEY, B, CAROSFELD, J., (eds). Workshop on larval rearing of finsfish. (s.I) CIDA, ICSU, (s.I) CIDA, ICSU,CASAFA.

Downloads

Publicado

2018-11-01

Edição

Seção

Artigo cientí­fico

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)

<< < 1 2