Desempenho da carpa capim (Ctenopharyngodon idella) tendo como alimento a grama boiadeira (Luziola peruviana)
Palavras-chave:
controle biológico, piscicultura, açude, criação extensiva de peixesResumo
Para a cultura de arroz irrigado são construídos açudes para o armazenamento de água, os quais, ao longo do tempo, são colonizados por plantas aquáticas que diminuem a capacidade de retenção de água e aumentam a perda por evapotranspiração. O objetivo deste trabalho foi verificar o desempenho da carpa capim (Ctenopharyngodon idella) tendo como alimento a Luziola peruviana (grama-boiadeira), espécie dominante nos açudes rasos no Rio Grande do Sul. Utilizou-se a criação do peixe herbívoro carpa capim durante quatro anos, o que permitiu avaliar a variação das condições que existem em um sistema extensivo de criação. A introdução dos peixes sempre ocorreu em outubro, com despesca em abril do ano seguinte. O açude em estudo possui 7,62 ha de espelho d’água e profundidade máxima de 1,24 m. Estimou-se a biomassa da L. peruviana pelo método de parcelas quadradas de 0,25 m2 em 15 pontos aleatoriamente distribuídos no açude. As áreas pastejadas foram medidas anualmente antes da introdução dos peixes e após a despesca. Os peixes consomem os colmos e folhas, que representam uma biomassa de 9.852 kg MS ha-1. A carpa capim apresentou um bom desempenho, visto que obteve um ganho médio de peso de 1,0 kg peixe-1 após 180 dias, taxa de crescimento específico de 0,74 g dia-1 e conversão alimentar aparente de 43 kg MS kg-1 de peixe. A biomassa inicial de 93 kg ha-1 de carpa capim utilizando juvenis de 320 g de peso médio mostrou-se adequada para um bom desempenho dos peixes, como também para o controle eficiente da macrófita aquática L. peruviana.
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