Utilização de cloreto de sódio, formalina e a associação destes produtos no controle de ectoparasitas em larvas de tilápia (Oreochromis niloticus)

Autores

  • Alexandre Livramento da SILVA Aluno de pós-graduação do Instituto de Pesca
  • Fillipe Caetano MARCASSI ALVES Aluno de pós-graduação do Instituto de Pesca
  • Elaine Fender de ANDRADE TALMELLI Pesquisador Cientí­­fico do Instituto de Pesca de São Paulo
  • Carlos Massatoshi ISHIKAWA Pesquisador Cientí­­fico do Instituto de Pesca de São Paulo
  • Maurício Keniti NAGATA Pesquisador Cientí­­fico do Instituto de Pesca de São Paulo
  • Nilton Eduardo Torres ROJAS Pesquisador Cientí­­fico do Instituto de Pesca de São José do Rio Preto

Palavras-chave:

Oreochromis niloticus, larvas de tilápia, ectoparasitas, cloreto de sódio, formalina

Resumo

O trabalho visou testar a viabilidade da utilização do cloreto de sódio e da formalina e a associação destes produtos na eliminação de 100% de ectoparasitas de larvas de tilápia-do-nilo (Oreochromis niloticus), considerando os resultados de sobrevivência das larvas e o custo de utilização dos produtos. O experimento foi desenvolvido nos laboratórios do Instituto de Pesca, São Paulo, SP. As larvas foram colocadas em caixa de água, com filtração biológica, por um perí­­odo de 24 horas, enquanto era realizada, em 40 animais, avaliação qualitativa da parasitose e a determinação da frequência de ocorrência de larvas parasitadas. Posteriormente, as larvas foram distribuí­­das em 48 aquários com 20 L de água e aeração constante, na densidade de 2 larvas L-1. A temperatura do ar e da água, o pH, condutividade, oxigênio dissolvido, alcalinidade, dureza e cálcio da água foram monitorados. Foram empregados 16 tratamentos, com três repetições cada um: três com cloreto de sódio (2,5; 5,0 e 10,0 g L-1), três com formalina 40% (1:80.000; 1:60.000 e 1:40.000), nove com diferentes associações de sal/formalina, e o controle. Inicialmente, 77% das larvas apresentaram-se infestadas de parasitas. Os tratamentos com formalina 1:40.000 e com cloreto de sódio 2,5 g L-1, associados a formalina 1:40.000, foram os mais eficazes, eliminando 100% dos ectoparasitas e apresentando taxas de sobrevivência das larvas superiores a 90% e custo dos produtos utilizados de R$ 15,63 x 100 m-3 e R$ 105,63 x 100 m-3, respectivamente.

Referências

ALEXANDRINO, A.C.; AYROSA, L.M.S.;CARVALHO FILHO, A.C.; ROMAGOSA, E.;
ARAí­Å¡JO, A.P.; KURODA, C.K.; WAKASA, Y.S. 2000 Ectoparasitose diagnosticada em
tilápias Oreochromis sp em Pisciculturas e Pesqueiros nos vales do Paranapanema,
Paraí­­ba e Ribeira, do Estado de São Paulo, Brasil. In: INTERNATIONAL SIMPOSIUM
ON TILAPIA AQUACULTURE, 5., 3-7/set./2000, Rio de Janeiro. Proceeding... Rio
de Janeiro: American Tilapia Association,ICLARM, 2000. v.2, p. 474-478.

APHA - American Public Health Association 1989 Standard methods for the examination of water and wastewater. 17th ed. New York: Ed. American Public Health Association. 1325 p.

BOYD, C.E. 1990 Water quality in ponds for aquaculture. Alabama: Birmingham Publishing Co. 482p.

CARNEIRO, P.C.F.; SHORER, M.; MIKOS, J.D. 2005 Tratamentos terapêuticos convencionais no controle do ectoparasita Ichthyophthirius multifiliis em jundiá (Rhamdia quelen). Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasí­­lia, 40 (1): 99-102.

CARNEVIA, D. 1993 Enfermedades de los peces ornamentales. Buenos Aires, Argentina: Ed. Agro Vet. 319p.

CAVICHIOLO, F.; VARGAS, L.; RIBEIRO, R.P.;MOREIRA, H.L.M.; BOTARO, D.;
LEONARDO, J.M. 2000 Different levels of vitamin C (ascorbic acid) and the ocurrence of ectoparasites, survival and bio-mass in firgerlings of tilapia (Oreochromis niloticus). In:INTERNATIONAL SYMPOSIUM ON TILAPIA AQUACULTURE, 5., Rio de Janeiro, 3-7/set./2000. Proceedings…Rio de Janeiro:American Tilapia Association, ICLARM. V.2, p.512-523.

ESTEVES, F.A. 1988 Fundamentos de Limnologia.São Paulo: Interciência/FINEP. 575p.

FITZSIMMONS, K. 2000 Tilapia: the most important aquaculture of the 21st century. In: INTERNATIONAL SIMPOSIOUM ON TILAPIA AQUACULTURE, 5., 3-7/set./2000,
Rio de Janeiro. Proceedings... Rio de Janeiro:American Tilapia Association, ICLARM, V.1,p. 3-8.

FAJER-ÁVILA, E.J.; PARRA, I.A.; AGUILARZARATE, G.; CONTRERAS-ARCE, R.; ZALDÍVAR-RAMÍREZ, J.; BETANCOURTLOZANO, M. 2003 Toxicity of formalin to bullseye puffer fish (Sphoeroides annulatus Jenyns, 1843) and its effectiveness to control ectoparasites. Aquaculture, Amsterdam, 223:41-50.

FRANCIS-FLOYD, R. 1995 The use of salt in aquaculture. Gainesville: University of Florida.6p. (Fact Sheet, 86).

FLORES-CRESPO, J. e FLORES-CRESPO, R. 2003 Monogeneos parásitos de peces em México: estúdio recapitulativo. Técnica Pecuaria en México, México, 41 (2): 175-192.

GARCIA, L.O.; BECKER, A.G.; COPATTI, C.E.;BALDISSEROTO, B.; RADUNZ NETO, J. 2007
Salt in the food and water as a supportive therapy for Ichthyophthirius multifiliis
infestation on silver catfish, Rhamdia quelen,fingerlings. Journal of the World Aquaculture Society, Boston, 38(1): 1-11.

HUET, M. 1973 Tratado de Piscicultura. Madrid: Mundi-Prensa. 728p.

ISHIKAWA, C.M.; ROJAS, N.E.T.; NAGATA,M.K.; FONSECA, F.S. 2004 Estudo sobre a
sobrevivência de larvas de tilápia Oreochromis niloticus (Linnaeus, 1758) submetidas a diferentes dosagens de produtos quí­­micos empregados no controle de ectoparasitas. In: ENCONTRO BRASILEIRO DE PATOLOGISTAS DE ORGANISMOS
AQUÁTICOS - ENBRAPOA, 8., Laguna, 18- 22/out./2004. Anais... Laguna: Associação
Brasileira de Patologistas de Organismos Aquáticos, ABRAPOA. p. 224.

KUBITZA, F. e KUBITZA, L.M.M. 1999 Principais parasitoses e doenças dos peixes cultivados.Jundiaí­­: Ed. Degaspari. 96p.

LOVSHIN, L.L. 2000 Tilapia Culture in Brazil. In:B. A . COSTA-PIERCE AND J. E. RAKOY
EDS. Tilapia Aquaculture in Americas. Baton Rouge, Lousiana, United State: The World Aquaculture Society, V.2, p. 133-140.

LOW, J. 1973 The adhesive of Trichodinella epizopotica: Ultra structure and injury to the host tissue. Folia Parasitologica, Praga, 20: 193 í  202.

NAKATANI, K.; AGOSTINHO, A.A.;BAUMGARTNER, G.; BIALETZKI, A.; SANCHES, P.V.; MAKRAKIS, M.C.; PAVANELLI, C.S. 2001 Ovos e larvas de peixes de água doce: desenvolvimento e manual de identificação. Maringá, PR: Eduem. 378 p.

NOGA, E.J. 1995 Fish disease í  diagnosis and treatment. Missouri: Walsworth Publishing Co. 325p.

PAVANELLI, G.C.; EIRAS, J.C.; TAKEMOTO, R.M. 1998 Doenças de peixes í  profilaxia,
diagnóstico e tratamento. Maringá:EDUEM/CNPq. 264p.

PAVANELLI, G.C.; EIRAS, J.C.; TAKEMOTO,R.M.; RANZANI-PAIVA, M.J.T.;
MAGALHíES, A.R.M. 2000 Sanidade de peixes, rãs, crustáceos e moluscos. In:
VALENTI, W.C.; POLI, C.R.; PEREIRA, A.P.; BORGHETTI, J.R. Aquicultura no Brasil: bases
para um desenvolvimento sustentável. Brasí­­lia: CNPq/Ministério da Ciência e Tecnologia. p 197- 245.

PLUMB, J.A. 1997 Infectious disseases of tilapia. In: B. A. COSTA-PIERCE AND J. E. RAKOCY, (eds.). Tilapia Aquaculture in the Americas, v.1. Baton Rouge, Louisiania: World Aquaculture Society. p.212-288.

PORTZ, L. 2006 Recentes avanços na imunonutrição de peixes. In: SILVA-SOUZA, A.T.
Sanidade de Organismos Aquáticos no Brasil.Maringá: Ed. Abrapoa. p.229-237

POOL, D.W. and CHUBB, J.C. 1987 Dactylogyrus extensus Muller and Van Cleave, 1932 and Dactylogyrus vastator Nybelin, 1924 on gills of common carp Cyprinus carpio L. Bulletin European Association Fish Pathology, Europa,7:15-17.

RANZANI-PAIVA, M.J.T.; FELIZARDO, N.N.;LUQUE, J.L. 2005 Parasitological and
hematological analysis of Nile tilapia Oreochromis niloticus Linnaeus, 1757 from
Guarapiranga reservoir, São Paulo State,Brazil. Acta Scientiarum Biological Sciences,
Maringá, 27(3): 231-237.

ROJAS, N.E.T. 2006 Manejo da Qualidade da Água em Viveiros de Aquicultura
Continental. In: SILVA-SOUZA, A.T. Sanidade de Organismos Aquáticos no Brasil. Maringá: Thander Graf. p.63-76.

ROJAS, N.E.T.; ISHIKAWA, C.M.; NAGATA,M.K.; FONSECA, F.S. 2004a Estudo
comparativo entre dosagens de diferentes produtos quí­­micos, empregados no controle de ectoparasitas de larvas de tilápia, Oreochromis niloticus (Linnaeus, 1758). In: ENCONTRO BRASILEIRO DE PATOLOGISTAS DE ORGANISMOS
AQUÁTICOS í  ENBRAPOA, 8., Laguna, 18- 22/out./2004. Anais... Laguna: Associação
Brasileira de Patologistas de Organismos Aquáticos, ABRAPOA. p.223.

ROJAS, N.E.T.; MAINARDES-PINTO, C.S.R.;ROCHA, O.; SILVA, A.L. 2004b Larviculture of
Oreochromis niloticus Linnaeus, 1758 (Perciformes, Cichlidae) in ponds with different levels of water alkalinity. Acta Limnologica Brasiliensia, Curitiba, 14(4): 341-349.

ROJAS, N.E.T. e ROCHA, O. 2004 Influência da alcalinidade da água sobre o crescimento de larvas de tilápia do Nilo, Oreochromis niloticus, 1758 (Perciformes, Cichlidae). Acta Scientiarum Biological Sciences, Maringá, 26 (2): 163-167.

ROJAS, N.E.T.; ROCHA, O.; AMARAL, J.A.B. 2002 O efeito da alcalinidade da água sobre a sobrevivência e o crescimento das larvas do Curimbatá (Prochilodus lineatus -
Characiformes, Prochilodontidae), mantidas em laboratório. Boletim do Instituto de Pesca,São Paulo, 27(2): 129-136.

ROJAS, N.E.T. e SANCHES, E.G. 2006 Considerações sobre a implantação e o
manejo de sistemas aquaculturais esportivos. In: ESTEVES, K.E. e SANT’ANNA, C.L.
Pesqueiros sob uma visão integrada de meio ambiente, saúde pública e manejo. Um estudo na região metropolitana de São Paulo. São Carlos:Ed. RiMa. p.177-200.

SANCHES, E.G.; NOVATO, P.D.F.C.; AYROSA,L.M.S.; ISHIKAWA, C.M.; ALEXANDRINO,
A.C. 1994 Utilização de alguns tratamentos para dactilogirose em pacu (Piaractus
mesopotamicus, Holmberg, 1887) na região do Vale do Ribeira, SP. In: SIMPÓSIO
BRASILEIRO DE AQí­Å“ICULTURA -SIMBRAq, 8., Piracicaba, 11-14/out./1994.Anais... Piracicaba: Associação Brasileira de Aqüicultura, ABRAq. p.167.

SILVA-SOUZA, A.T. 2006 Sanidade de Organismos Aquáticos no Brasil. Maringá, PR: Ed. Abrapoa.387p.

SIPAí­Å¡BA-TAVARES, L.H.; CELESTE, C.C.;BRAGA, F.M.S 2006 Efeito do óxido de cálcio
sobre variáveis limnológicas em viveiros de criação de Piaractus mesopotamicus (pacu) e Colossoma macropomum (tambaqui). Boletim do Instituto de Pesca, São Paulo, 32(2): 191-198.

SMITH, S.A. and PASNIK, D.J. 2002 Drugs approved for aquaculture use in the United
States. In: INTERNATIONAL CONFERENCE

ON RECIRCULATING AQUACULTURE, 4.,Roanoke, VA, USA, 18-21/jul./2002. Anais…
Roanoke: Recirculating Aquaculture Soc.CDroom.

STOSKOPF, M.K. 1993 Fish medicine. North Carolina: W.B. Saunders Co. 881p.

TAVARES-DIAS, M.; MARTINS, M.L.; MORAES,F.R.; KRONKA, S.N. 2000 Fator de condição e relação hepato esplenossomática em teleósteos de água doce naturalmente parasitados. Acta Scientiarum Biological Sciences, Maringá, 22: 533-537.

TAKINO, M. e CIPOLLI, M.N. 1988 Caracterização limnológica em tanques de
cultivo de tilápia, Oreochromis niloticus: parí­¢metros fí­­sicos, quí­­micos e clorofila a.
Boletim do Instituto de Pesca, São Paulo, 15(2):237-245.

TIEMAN, D.M. and GOODWIN, A.E. 2001 Treatments for ich infestations in channel
catfish evaluated static and flow-through water conditions. North American Journal of Aquaculture, Bethesda, 63(4): 293-299.

TREWAWAS, E. 1982 Genetic couplings of tilapiini used in aquaculture. Aquaculture,
Amsterdan, 27: 79-81.

VARGAS, L.; POVH, J.A.; RIBEIRO, R.P.; MOREIRA, H.L.M. 2000 Ocorrência de
ectoparasitos em tilápias do Nilo (Oreochromis niloticus) de origem tailandesa, em MaringáPR. Arquivo de Ciências Veterinárias e Zoologia,Umuarama, 3(1): 31-37.

VARGAS, L; POVH, J.A.; RIBEIRO, R.P.; MOREIRA, H.L.M.; ROCHA-LOURES, B.T.R.;
MARONESE, M.S. 2003 Efeito do tratamento com cloreto de sódio e formalina na
ocorrência de ectoparasitos em alevinos de tilápia do Nilo (Oreochromis niloticus)
revertidos sexualmente. Arquivo de Ciências Veterinárias e Zoologia, Umuarama, 6(1): 51-63.

Downloads

Publicado

2018-11-06

Edição

Seção

Artigo cientí­fico