Abordagem etnoecológica da pesca e captura de espécies não-alvo em Itacaré, Bahia (Brasil)

Autores

  • Daniela Trigueirinho ALARCON Grupo de Pesquisa de Mam-­­feros Aquáticos de Ilhéus http://orcid.org/0000-0002-3870-6805
  • Renata Cristina da Silva COSTA Dâmaso Departamento de Ciências Humanas, Universidade do Estado da Bahia
  • Alexandre SCHIAVETTI Grupo de Pesquisa de Mam-­­feros Aquáticos de Ilhéus / Departamento de Ciências Agrárias e Ambientais, Universidade Estadual de Santa Cruz http://orcid.org/0000-0001-8429-7646

Palavras-chave:

pesca artesanal, í­Ârea Protegida Marinha, manejo, capturas incidentais

Resumo

O objetivo deste estudo foi identificar as relações existentes entre a pesca marinha e captura de espécies não alvo que ocorrem na área proposta para Reserva Extrativista (Resex) Marinha de Itacaré (Bahia, Brasil), destacando as incoerências entre a pesca e a Resex proposta, para que estas sejam modificadas durante a implementação desta Área Protegida Marinha (APM). Os dados foram coletados entre janeiro de 2004 e maio de 2006, através de entrevistas semiestruturadas e observações em campo, e analisados pelo modelo de união de diversas competências individuais. Foram entrevistados 46 pescadores, dos quais quatro (8,7%) exercem exclusivamente a pesca. As modalidades linha de fundo, rede de arrasto para captura de camarão, rede de arrasto de praia e rede de espera capturam, além das espécies-alvo, espéciesí não alvo, como Procelariidae (linha de fundo), Cheloniidae e Sotalia guianensis (rede de espera arrasto de praia), e espécimes imaturos de peixes e invertebrados (arrasto de camarão e arrasto de praia). Linha de corso e espinhel parecem capturar apenas espécies-alvo. Durante o perí­­odo de estudo, um espécime de S. guianensis foi capturado na pesca de mergulho com arpão, no entanto, este petrecho parece capturar apenas espécies-alvo. Medidas preventivas e mitigadoras de impactos devem ser implementadas para reduzir as capturas de espécies-não alvo. O conhecimento empí­­rico dos pescadores, somado í­Â s atividades de educação ambiental, pode embasar o planejamento e o manejo participativo da pesca de Itacaré. Assim, a APM poderá ser implementada de forma efetiva, garantindo aos pescadores artesanais de Itacaré a sua sobrevivência na pesca.

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Publicado

2018-11-06

Edição

Seção

Nota cientí­­fica (Short Communication)