Aspectos da dieta de larvas de Astyanax janeiroensis(Eigenmann, 1908) (Osteichthyes, Characidae) no Reservatório de Guaricana, Rio Arraial, Estado do Paraná

Autores

  • Miriam Santin Ciências Biológicas / Departamento de Biologias (DBI) / Universidade Estadual de Maringá (UEM) / Núcleo de Pesquisas em Limnologia, Ictiologia e Aq-­¼icultura (Nupélia) / UEM
  • Mariângela Di Benedetto Ciências Biológicas / Departamento de Biologias (DBI) / Universidade Estadual de Maringá (UEM)
  • Andréa Bialetzki Núcleo de Pesquisas em Limnologia, Ictiologia e Aq-­¼icultura (Nupélia) / UEM http://orcid.org/0000-0002-8048-5049
  • Keshiyu Nakatani Ciências Biológicas / Departamento de Biologias (DBI) / Universidade Estadual de Maringá (UEM) / Núcleo de Pesquisas em Limnologia, Ictiologia e Aq-­¼icultura (Nupélia) / UEM Pós-graduação em Ecologia de Ambientes Aquáticos Continentais / DBI / UEM
  • Mirian Suiberto Pós-Graduação em Zoologia / Instituto de Biociências / Universidade Estadual Paulista (UNESP)

Palavras-chave:

Astyanax janeiroensis, lambari, peixe, larva, dieta, reservatório

Resumo

Este trabalho discute aspectos da dieta de larvas do lambari Astyanax janeiroensis, capturadas em julho/2001 no Reservatório de Guaricana, Rio Arraial, Paraná. As coletas foram realizadas í­Â s 18h30 e 20h30. Para a análise da dieta foram utilizados os métodos de Frequência de Ocorrência e Frequência Numérica. As larvas consumiram algas, principalmente Chroococcales e Chlorococcales, no entanto, outros itens foram também observados, como microcrustáceos, outros invertebrados e esporos vegetais. O grau de digestão dos itens indica que aqueles encontrados no tubo digestório de espécimes coletados í­Â s 18h30 encontravam-se pouco digeridos, revelando que a ingestão de alimentos ocorreu possivelmente próximo desse horário, o que se explica também pelas maiores capturas í­Â s 18h30. Além disso, as limitações tanto na coleta, como no grau de desenvolvimento das larvas analisadas, podem ter influenciando estes resultados. A composição da dieta sugere que, durante seu desenvolvimento inicial, A. janeiroensis é espécie oní­­vora com forte tendência a herbivoria, consumindo principalmente algas.

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Publicado

2018-07-19

Edição

Seção

Nota cientí­­fica (Short Communication)

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