Caracterí­­sticas biométricas, distribuição e abundí­¢ncia relativa do camarão Plesionika edwardsii na costa nordeste do Brasil

Autores

  • Vanildo Souza de OLIVEIRA Departamento de Pesca e Aquicultura/UFRPE
  • Marilena RAMOS-PORTO Centro de Pesquisa e Gestão de Recursos Pesqueiros do Litoral Nordeste/IBAMA
  • Maria do Carmo Ferrão SANTOS Centro de Pesquisa e Gestão de Recursos Pesqueiros do Litoral Nordeste/IBAMA
  • Fábio Hissa Vieira HAZIN Departamento de Pesca e Aquicultura/UFRPE
  • Enilson CABRAL Centro de Pesquisa e Gestão de Recursos Pesqueiros do Litoral Nordeste/IBAMA
  • Fernando Duarte ACIOLE Centro de Pesquisa e Gestão de Recursos Pesqueiros do Litoral Nordeste/IBAMA

Palavras-chave:

camarão de profundidade, distribuição vertical, comprimento da carapaça

Resumo

Os dados analisados representam as primeiras informações sobre a abundí­¢ncia de Plesionika edwardsii no oeste do Atlí­¢ntico Sul. Foram analisados 641 indiví­­duos, sendo 59,6% machos e 40,4% fêmeas. A distribuição das frequências de comprimento da carapaça de ambos os sexos foi unimodal. Os machos exibiram uma moda na classe de 16-17 mm, com amplitude entre 9 mm e 25 mm (média de 17,8 mm), enquanto as fêmeas foram mais frequentes na classe de 22 a 23 mm, variando entre 12 mm e 29 mm (média de 20,7 mm). O número de machos foi superior nos intervalos de classe entre 8 e 19 mm, não ocorrendo macho com comprimento superior a 25 mm. A partir de 19 mm, o número de fêmeas foi superior ao de machos em todas as classes. A relação peso x comprimento apresentou um coeficiente de determinação r2 = 0,89, com tendência de curva exponencial. A relação entre o comprimento da carapaça e o comprimento total exibiu um coeficiente de r2 = 0,93, com tendência de curva logarí­­tmica. Além de maiores, as fêmeas também foram mais pesadas que os machos, tanto nas menores profundidades (100-300 m), quanto nas maiores (300-500 m) (P = 0,001 e P = 0,001, respectivamente). A CPUE entre 100 e 200 m foi significativamente maior (P = 0,03). Observou-se uma distribuição em função da batimetria do talude do nordeste brasileiro da população de P. edwardsii, o que demonstra a necessidade de mais estudos sobre a biologia desta e de outras espécies de profundidade para que se possa melhor compreender o seu papel no ecossistema marinho.

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Publicado

2018-11-15

Edição

Seção

Artigo cientí­fico

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