FAUNA PARASITÁRIA DE TAMBAQUIS CULTIVADOS EM TANQUES-REDE E EM DUAS DENSIDADES DE ESTOCAGEM

Autores

  • Raimundo Rosemiro de Jesus BAIA Embrapa Amapá
  • Gracienhe Gomes Santos Embrapa Amapá
  • Alasson da Silva e SILVA Embrapa Amapá
  • Briani Oliveira SOUSA Embrapa Amapá
  • Marcos Tavares-DIAS Embrapa Amapá

DOI:

https://doi.org/10.20950/1678-2305.2019.45.3.492

Palavras-chave:

agregação, Amazônia, piscicultura, parasitos

Resumo

Este estudo investigou os parasitos de Colossoma macropomum cultivados em duas diferentes densidades de estocagem em tanques-rede instalados no Rio Matapi, estado do Amapá. Antes da estocagem dos peixes nos tanques-rede para engorda, peixes foram examinados para parasitos e também ao final de 90 e 180 dias nas densidades 50 e 100 peixes m-3, respectivamente. Todos os peixes foram parasitados por uma ou mais espécies entre Ichthyophthirius multifiliis, Piscinoodinium pillulare, Anacanthorus spathulatus, Mymarothecium boegeriNotozothecium janauachensis, Procamallanus (Spirocamallanus) inopinatus e Acarina gen. sp., mas a dominí­¢ncia foi de I. multifiliis. Os parasitos apresentaram padrão de dispersão agregada e não houve diferenças no fator de condição relativa dos peixes entre as densidades usadas. Houve correlação positiva da abundí­¢ncia de I. multifiliis e abundí­¢ncia de monogeneas com o comprimento e peso dos hospedeiros. Antes da estocagem dos peixes, foi menor intensidade média e abundí­¢ncia média de I. multifiliis, A. spathulatus, M. boegeri quando comparados os peixes das densidades de 50 e 100 peixes m-3, os quais foram similares entre si. A intensidade média e abundí­¢ncia média de N. janauachensis foi maior na densidade de 50 peixes m-3 quando comparando os peixes antes da estocagem e 100 peixes m-3. A abundí­¢ncia média de P. (S.) inopinatus foi maior em peixes mantidos em 100 peixes m-3, quando comparados os peixes antes da estocagem e 50 peixes m-3. Porém, P. pillulare e ácaros ocorreram somente na densidade de 50 peixes m-3. Houve uma predominí­¢ncia de ectoparasitos e poucos endoparasitos, como esperado. Portanto, é necessário o monitoramento constante dos parasitos, para melhor implementar estratégias de controle que visem evitar a ocorrência de doenças.

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Publicado

2019-09-03

Edição

Seção

Nota cientí­­fica (Short Communication)

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