AVALIAÇÃO DO ESTOQUE DA OSTRA, Crassostrea brasiliana, NO MANGUEZAL DA REGIÃO ESTUARINO í LAGUNAR DE CANANÉIA (25ºS; 48ºW)
Palavras-chave:
ostra, Crassostrea brasiliana, manguezal, Rhizophora mangle, estoques naturais, populaçãoResumo
No litoral paulista, o complexo estuarino-lagunar de Cananéia é considerado o maior produtor de ostras em estoques naturais. Este trabalho tem por objetivo estimar o tamanho da população de Crassostrea brasiliana (Lamarck, 1819) existente no manguezal dessa região. Foram realizados estudos no período de agosto de 1998 a janeiro de 1999, no Mar de Cubatão, Mar de Cananéia, Baía de Trapandé e Canal do Ararapira (até as proximidades do Marujá), compreendendo as margens direita e esquerda do complexo estuarino. O manguezal estudado foi dividido em 4 áreas (sítios 1, 2, 3 e 4), subdivididas em parcelas. Verificou-se que as ostras se fixam preferencialmente nas raízes aéreas do mangue vermelho Rhizophora mangle, na 1ª e 2ª fileiras de árvores situadas na franja externa mais próxima do canal. Obtiveram-se dados sobre a composição dos bosques de mangue, dií¢metro da altura do peito (DAP), dií¢metro de ocupação de raízes (DOR), densidade e altura das árvores, nº médio de ostras/área de raiz e nº médio de ostras/parcela. Estimou-se que em todo o manguezal de Cananéia existem em torno de 11.268.954 dúzias de ostras, sendo cerca de 8,6% de tamanho comercial (> 5 cm). É possível que a quantidade de ostras extraídas mensalmente esteja próxima da capacidade máxima de explotação dos estoques naturais, o que poderá comprometer a sustentabilidade desses estoques nos anos vindouros. Os resultados desta pesquisa deverão contribuir para a adoção de uma política de extração racional, de modo a evitar o esgotamento dos estoques naturais e, assim, contribuir para a manutenção do equilíbrio do ecossistema estuarino.