ESTRESSE EM PEIXES: FISIOLOGIA DA RESPOSTA AO ESTRESSE, CAUSAS E CONSEQíÅ“íÅ NCIAS (REVISÃO)
Palavras-chave:
estresse, peixes, teleósteos, imunodeficiência, desempenho reprodutivo, crescimentoResumo
Em criações intensivas de peixes, a ocorrência de situações estressantes é inevitável. Durante o período de cultivo, os animais são submetidos a inúmeros manejos e variações ambientais. As consequências são geralmente a redução do crescimento e do ganho em peso, do desempenho reprodutivo e da resistência a patógenos. A resposta ao estresse compreende uma série de alterações fisiológicas. Os efeitos são divididos em primários, secundários e terciários. Entre os efeitos primários encontram-se os aumentos de catecolaminas, adrenalina e noradrenalina e corticosteroides no plasma. Entre os secundários existem efeitos metabólicos, como as alterações na glicemia, no ácido láctico e no glicogênio hepático e muscular, efeitos hematológicos, como alterações no hematócrito e no número de linfócitos, além de efeitos hidrominerais e na osmolaridade do plasma. Os principais efeitos terciários são a queda de desempenho produtivo e reprodutivo e a diminuição da resistência a doenças. Nos peixes teleósteos, a elevação plasmática do cortisol é reconhecida como a principal resposta hormonal ao estresse, que pode ser utilizada como indicadora da presença desta resposta. Várias situações comuns na aquicultura moderna são potenciais causadores de estresse para os peixes. í€ medida que a produção de peixes vai crescendo e se intensificando, os manejos estressantes aumentam. As respostas fisiológicas comentadas nesta revisão foram desenvolvidas durante a evolução dos peixes em condições naturais. Com os manejos impostos pelo homem na produção comercial de peixes, muitas vezes, a resposta ao estresse se torna extremamente deletéria í saúde dos peixes e í rentabilidade do empreendimento.