Exportação de peixes ornamentais do Estado do Amazonas, Bacia Amazônica, Brasil

Autores

  • Hélio Daniel Beltrão dos ANJOS Pesquisador/Coordenação de Tecnologia em Produção Pesqueira - Universidade do Estado do Amazonas (UEA) http://orcid.org/0000-0002-5414-5518
  • Raimundo Marcos de Souza AMORIM MSc. Engenheiro de Pesca/Coordenação de Tecnologia em Produção Pesqueira - Universidade do Estado do Amazonas (UEA)
  • Julio Alberto SIQUEIRA Engenheiro de Pesca, Secretário de Meio Ambiente do Munic-­­pio de Barcelos -  AM -  Brasil
  • Chris Rocha dos ANJOS MSc. Engenheira de Pesca, Professora Visitante da Universidade do Estado do Amazonas (UEA)

Palavras-chave:

peixes de aquário, extrativismo, mercado, monitoramento, Amazônia

Resumo

O Estado do Amazonas é um dos principais centros exportadores de peixes ornamentais do Brasil e depende essencialmente do extrativismo realizado em diversas áreas da bacia Amazônica. Os peixes ornamentais são o terceiro principal produto extrativista exportado desse Estado, porém o monitoramento do comércio é quase inexistente. Neste sentido, o presente trabalho provê uma avaliação inicial do comércio de peixes ornamentais do Amazonas, investigando a diversidade de espécies, o valor e a quantidade de exemplares comercializados e os paí­­ses importadores, além de identificar prioridades na coleta de dados e monitoramento. Entre 2002 e 2005, aproximadamente 100 milhões de peixes ornamentais foram exportados, correspondendo a 9,6 milhões de dólares para o mercado internacional e 1,5 milhão de reais para o mercado nacional. Houve um crescimento médio anual da ordem de 28,8% do volume de exportações, passando de 17 milhões de exemplares exportados em 2002 para 36,2 milhões em 2005. Cerca de 86,0% do volume de exportações são dirigidos ao mercado internacional. Dentre os 35 paí­­ses importadores destacam-se Alemanha, Estados Unidos, Japão, Holanda e Taiwan, que representam cerca de 76,0% desse mercado. O número de espécies exportadas chega a 169, sendo o cardinal-tetra, Paracheirodon axelrodi, e o rodóstomo, Petitella georgiae, as espécies mais populares. Esses resultados revelam a importí­¢ncia dessa atividade para o Amazonas e identificam o estado atual das exportações que podem gerar subsí­­dios para a formulação de futuros planos de manejo e conservação e fornecer bases para a sustentabilidade do sistema de produção.

 

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Publicado

2018-11-05

Edição

Seção

Artigo cientí­fico