Levantamento da pesca e perfil sócio-econômico dos pescadores artesanais profissionais no reservatório Billings

Autores

  • Maria Eugênia Porto ALVES DA SILVA Bióloga e aluna de Pós-graduação em Aquicultura e Pesca do Instituto de Pesca
  • Paula Maria Gênova de CASTRO Pesquisador Cientí­­fico do Instituto de Pesca - IP /APTA/ SAA -  SP http://orcid.org/0000-0002-1836-748X
  • Lidia Sumile MARUYAMA Pesquisador Cientí­­fico do Instituto de Pesca - IP /APTA/ SAA -  SP http://orcid.org/0000-0002-6834-2870
  • Patricia de PAIVA Pesquisador Cientí­­fico do Instituto de Pesca - IP /APTA/ SAA -  SP

Palavras-chave:

reservatório urbano, núcleos pesqueiros, mapeamento, aspectos socioeconômicos, Bacia hidrográfica do Alto Tietê-SP

Resumo

Estudo enfocando os aspectos sociais, econômicos e estruturais da pesca foi conduzido em comunidades artesanais no reservatório Billings, SP, de janeiro a agosto/2005, onde foram identificados os principais núcleos ao ser aplicado aos pescadores um questionário socioeconômico e tecnológico. Foram identificados nove núcleos de pesca, entrevistados 52 (46,0%) pescadores e estimados em 113 aqueles com atuação constante. A maioria era do sexo masculino (77,0%), entretanto a participação das mulheres foi expressiva (23,0%). A idade média e o tempo de exercí­­cio foram, respectivamente, 38 ± 11 e 13 ± 9 anos. Apenas 27,9% declaram ter idade inferior a 30 anos e 81,3% tinham menos de 20 anos na atividade. O ní­­vel de instrução foi baixo: 70,2% não concluí­­ram o ensino fundamental, ao contrário do observado nos filhos dos pescadores, cuja escolaridade era maior que a de seus pais. A pesca não era praticada com exclusividade por 67,3% deles, que também exerciam outras atividades. Era usual o emprego de redes-de-espera e a captura incidia sobre oito grupos de espécies, principalmente, tilápia-do-nilo (Oreochromis niloticus) (33,9%), carpa (Cyprinus carpio) (19,3%) e acará (Geophagus brasiliensis) (15,6%). A CPUE estimada variou de três a 45 kg pescador-1 dia-1, sendo que 69,0% pescavam menos que 20 kg dia-1 e 31,0%, mais que 30 kg dia-1, sugerindo heterogeneidade nos rendimentos dos pescadores. Tais diferenças podem estar ligadas í­Â s estratégias empregadas, incluindo o uso ou não de motor, além da experiência do pescador, os pesqueiros frequentados e a época do ano.

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Publicado

2018-11-06

Edição

Seção

Artigo cientí­fico

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