Aspectos tecnológicos das pescarias industriais com rede de emalhar de fundo no Estado de Santa Catarina - Brasil

Autores

  • Vanessa Mafra PIO Grupo de Estudos Pesqueiros, Universidade do Vale do Itaja-­­ -  UNIVALI
  • Paulo Ricardo PEZZUTO Grupo de Estudos Pesqueiros, Universidade do Vale do Itaja-­­ -  UNIVALI
  • Roberto WAHRLICH Grupo de Estudos Pesqueiros, Universidade do Vale do Itaja-­­ -  UNIVALI

Palavras-chave:

pesca demersal, pesca de emalhe, tecnologia de pesca

Resumo

O presente trabalho teve como objetivo descrever a pesca industrial de emalhe de fundo em Santa Catarina, analisando as caracterí­­sticas fí­­sicas das embarcações e incluindo as especificações tecnológicas das redes utilizadas nas diferentes pescarias em 2010. Os dados foram coletados pelo Programa de Observador de Bordo e Cientí­­fico, entrevistas e visitas técnicas a redeiros da região. Todas as embarcações monitoradas eram construí­­das em madeira, medindo entre 14 e 25 m de comprimento total, com arqueação bruta entre 30 e 120 e motor principal com potência de 113 a 470 HP. A principal pescaria costeira foi a de corvina (Micropogonias furnieri), com o tamanho de malha 130 mm entre nós opostos, altura da rede de 3,60 m e comprimento entre 58 e 60 m. A rede de pesca da castanha (Umbrina canosai) tinha 100 mm de tamanho de malha, altura de 3,20 m e comprimento de 50 m. As pescarias de profundidade foram direcionadas í­Â  abrótea-de-fundo (Urophycis mystacea), com tamanho de malha 110 mm, 3,20 m de altura da rede e 45 m de comprimento, e ao peixe-sapo (Lophius gastrophysus), com tamanho de malha 280 mm, altura da rede de 3,60 m e comprimento de 50 m. Os resultados demonstram que a distinção destas pescarias em função das espécies-alvo e petrechos, somada í­Â s diferenças nas respectivas áreas de pesca e capturas incidentais, indica a necessidade de adotá-las como unidades de manejo especí­­ficas.

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Publicado

2018-11-09

Edição

Seção

Artigo cientí­fico