Desempenho da criação da ostra de mangue Crassostrea sp. a partir da fase juvenil, em sistema suspenso, no estuário de Cananéia e no mar de Ubatuba (SP, Brasil)

Autores

  • Márcia Santos Nunes GALVÃO Pesquisador Cientí­­fico -  Centro Avançado de Pesquisa Tecnológica do Agronegócio do Pescado Marinho - APTA -  SAA
  • Orlando Martins PEREIRA Pesquisador Cientí­­fico -  Centro Avançado de Pesquisa Tecnológica do Agronegócio do Pescado Marinho - APTA -  SAA
  • Ingrid Cabral MACHADO Pesquisador Cientí­­fico -  Centro Avançado de Pesquisa Tecnológica do Agronegócio do Pescado Marinho - APTA -  SAA
  • Celina Maria Marcondes PIMENTEL Pesquisador Cientí­­fico -  Centro Avançado de Pesquisa Tecnológica do Agronegócio do Pescado Marinho - APTA -  SAA
  • Marcelo Barbosa HENRIQUES Pesquisador Cientí­­fico -  Centro Avançado de Pesquisa Tecnológica do Agronegócio do Pescado Marinho - APTA -  SAA http://orcid.org/0000-0003-1419-9121

Palavras-chave:

ostra do mangue, Crassostrea sp., juvenis, lanternas, crescimento, infralitoral

Resumo

O objetivo deste estudo, realizado entre dezembro de 2002 e dezembro de 2003, foi avaliar o desempenho da criação da ostra do mangue Crassostrea sp. a partir da fase juvenil, em sistema suspenso flutuante, na zona infralitoral das regiões de Cananéia e Ubatuba. Os juvenis, obtidos por meio de coletores artificiais, foram distribuí­­dos em lanternas de 8 mm entrenós nas densidades de 150, 300 e 450 sementes piso-1, em Cananéia, e na densidade de 300 sementes piso-1, em Ubatuba. Após três meses, em Cananéia, as ostras apresentaram altura média de 28,1; 29,1 e 28,3 mm e sobrevivência de 19,7; 27,7 e 22,5% para as três densidades, respectivamente. Em Ubatuba, as ostras atingiram altura média de 27,4 mm e sobrevivência de 74,8%. Numa segunda etapa, as ostras foram, em Ubatuba, redistribuí­­das em lanternas de 15 mm entrenós na densidade de 120 ostras piso-1 e atingiram, após três meses, cerca de 35,0 mm, com sobrevivência de 48,0%. Estes dados mostraram que o crescimento em lanternas na infralitoral, na fase inicial do cultivo, foi superior ao método tradicional de cultivo em tabuleiros entremarés, que requer cerca de oito meses para obtenção de ostras selecionadas com 25 mm, indicando que é possí­­vel obter, após 6 meses, no sistema de cultivo em lanternas, ostras selecionadas com até 35 mm. A redução do tempo de criação na zona infralitoral concorrerá para estimular a atividade, inibindo o aumento do extrativismo da ostra, que pode provocar sua sobre-explotação.

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Publicado

2018-11-06

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Seção

Artigo cientí­fico

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