Hábitos alimentares das larvas de Engraulis no sul do Brasil

Autores

  • Kátia de Meirelles F. FREIRE Fundação Universidade do Rio Grande (FURG). Depto Oceanografia. Lab. Recursos Pesqueiros Pelágicos Rio Grande - RS Brasil http://orcid.org/0000-0002-6190-3532
  • José Pablo CASTELLO Fundação Universidade do Rio Grande (FURG). Depto Oceanografia. Lab. Recursos Pesqueiros Pelágicos Rio Grande - RS Brasil

Palavras-chave:

Engraulis anchoita, larva, alimentação, Oceano Atlí­¢ntico, Brasil

Resumo

Este trabalho teve por objetivo investigar os hábitos alimentares das larvas de Engraulis anchoita no extremo sul do Brasil. As amostras foram coletadas na primavera, verão, outono e inverno (1987-1991), utilizando rede Bongo com 60 cm de boca e abertura de malha de 300 mm. Um total de 1231 larvas foi analisado, com comprimento padrão (CP) entre 2,8 e 34 mm. A menor larva com conteúdo alimentar tinha 3,4 mm (CP); quarenta porcento das larvas no intervalo de 3,4 a 4 mm apresentaram pelo menos um item alimentar em seu trato digestivo. Uma redução da incidência de alimento em larvas de 6-8 mm foi observada, sugerindo que este poderia ser um perí­­odo crí­­tico. Náuplios de copépode, copépodes adultos, ovos de invertebrados e copepoditos foram os principais componentes da dieta larval. Grãos de amido e esporos de fungo também foram encontrados no trato digestivo. A estrutura dos arcos branquiais sugere que a filtração de pequenas partí­­culas não é o método de alimentação destas larvas. Elevadas incidências de alimento ocorreram durante a noite, relacionando-se í­Â  provável ingestão de itens através de um mecanismo passivo. O inverno é sugerido como a estação mais favorável para a alimentação destas larvas, com elevada probabilidade de consumo de presas relacionada a uma ressurgência de quebra de plataforma, a uma elevada estabilidade vertical da coluna d'água e a águas costeiras com significativa produtividade.

Downloads

Publicado

2018-10-27

Edição

Seção

Artigo cientí­fico