A pesca de polvos no arquipélago de Fernando de Noronha, Brasil

Autores

  • Tatiana Silva Leite Pós-Graduação de Oceanografia Biológica, Fundação Universidade Federal do Rio Grande
  • Manuel Haimovici Fundação Universidade Federal do Rio Grande, Departamento de Oceanografia. Bolsista de produtividade -  CNPq
  • Jorge Eduardo Lins Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Departamento de Oceanografia e Limnologia, Via Costeira s/n, Praia de Mãe Luiza

Palavras-chave:

polvo, Octopus, pescaria, Arquipélago de Fernando de Noronha

Resumo

Uma pescaria de polvo em pequena escala se desenvolve nas águas rasas da plataforma da Área de Preservação do Arquipélago de Fernando de Noronha, localizado a 350 km da costa nordeste do Brasil. A população local, de 3.000 habitantes, além de um máximo de 500 turistas, inclui 45 pescadores de polvo, sendo que a maior parte pesca apenas esporadicamente. Como parte de um estudo mais abrangente sobre polvos de águas rasas do Nordeste brasileiro, a pescaria no Arquipélago foi estudada entre os anos de 2003 e 2005. Pescadores e comerciantes foram entrevistados periodicamente para obtenção de informações a respeito de locais de pesca, esforço e capturas e quantificar o consumo. Os pescadores, a maioria nativos entre 18 e 42 anos, coletaram polvos através de mergulhos livres, em média duas vezes por semana, com uma captura média de 8 kg. Uma estimativa aproximada da captura total anual de polvo no arquipélago foi de 3 toneladas, das quais uma é comercializada. Entrevistas em restaurantes e hotéis sugerem um consumo de em torno de 8,2 toneladas anuais, dos quais apenas 11% foram supridos pela pesca local. Considera-se que, devidamente regulamentada e mantida no ní­­vel atual, esta pescaria é sustentável.

 

Referências

ADMINISTRAÇÃO DE FERNANDO DE NORONHA (ADEFN). 2004 Perfil do turista de Fernando de Noronha. Comparativo 2001/2002/2003. 26p.

ALMEIDA, L. 2004 Monitoramento Marinho do Parque Nacional de Fernando de Noronha (março a
dezembro de 2003). Relatório Técnico Final/IBAMA Brasí­­lia. 28 p.

AMBROSE, R.F. 1986 Effects of octopus predation on motile invertebrates in a rocky subtidal community.
Marine Ecology Progress Series, 30: 261-273.

BOYLE, P.R. 1987 Cephalopod Life Cycles, Vol. II.Academic Press, London. 441p.

CASCORBI, A. 2004 Seafood Watch. Seafood Report:Hawaiian Octopus Octopus cyanea. Monterey Bay
Aquarium.

CEPENE/IBAMA. 2002 Boletim Pesqueiro do Litoral Nordeste. Pernambuco: Tamandaré.CLARKE, M.R. 1962 The identification of cephalopods beaks and the relationship between beak size and total body weight. Bulletin of British Museum of Natural History of Zoology, 8(10): 419-480

DAR. 2002 State of Hawaii, Department of Land and Natural Resources, Division of Resources, Commercial Marine Landings Summary Trend Report 1999. State of Hawaii Department of Land and Natural Resources, Division of Aquatic Resources,Honolulu, HI.

FERREIRA, L.M., JESUS, F. e SILVA, H.A. 1990 Plano de manejo do Parque Nacional Marinho de Fernando de
Noronha. IBAMA/FUNATURA. 253p. IBAMA/FUNATURA. 253p.

GUERRA, A. 1981 Spatial distribution pattern of Octopus vulgaris. Journal Zoological of London, 195:133 í  136.

HERNÁNDEZ-GARCIA, V., HERNÁNDEZ-LÓPEZ, J.L.; CASTRO, J.J. 1998 The octopus (Octopus vulgaris) in the small-scale trap fishery off the Canary Islands (Central-East Atlantic). Fisheries research, 35: 183-189.

IBAMA. 2005 Plano de Manejo. Área de Preservação Ambiental í  Fernando de Noronha - Rocas - São Pedro
e São Paulo. Encartes 1, 2 e 3. Ministério de Meio Ambiente e IBAMA. Versão Final.IBGE, 2003 Disponí­­vel em http: www.ibge.gov.br. Acesso em: 10 de julho de 2006.

JAMBEIRO, A.F. 2002 Biologia Quantitativa da população de Octopus vulgaris Cuvier, 1797 no ecossistema recifal
de Guarapuá, Cairu - Bahia. Bahia. 100p. (Trabalho para obtenção do tí­­tulo de Bacharel em Ciências Biológicas: Universidade Federal da Bahia).

LEITE, T. S. 2002 Caracterização da fauna de polvos (Cephalopoda: Octopodidae) de águas rasas do litoral
e ilhas oceí­¢nicas do Nordeste Brasileiro. Rio Grande. 94 p. (Dissertação de Mestrado: Fundação Universidade Federal de Rio Grande).

LEITE, T. S. 2005 Relatório Técnico Anual (2004).IBAMA/Brasí­­lia: Projeto: Ecologia, comportamento
e conservação dos polvos de Arquipélago de Fernando de Noronha. Natal/RN. 50p.

LEITE, T.S. e HAIMOVICI, M. 2006 Presente conhecimento da biodiversidade e habitat dos polvos (Cephalopoda: famí­­lia Octopodidae) de águas rasas das ilhas oceí­¢nicas do nordeste brasileiro. In: ALVES, R.J.V. e CASTRO, J.W.A.
Ilhas Oceí­¢nicas Brasileiras - da Pesquisa ao Manejo. 1 (eds). Ministério do Meio Ambiente (MMA):Brasí­­lia. p. 199-214.

LEITE, T.S., HAIMOVICI, M., MOLINA, W. ; WARNKE, K Submetido. Morphological and genetic Morphological and genetic description of Octopus insularis n. sp. (Mollusca: Octopodidae), a cryptic species into the Octopus
vulgaris complex from the tropical South-Western Atlantic, Journal of Molluscan Studies..

LESSA, R., SALES, L., COIMBRA, M.R., GUEDES, D. e VASQUE, T.Jr., 1998 Análise dos Desembarques da Pesca de Fernando de Noronha (Brasil).Arquivos de Ciência Marinha, Fortaleza, 31(1-2):47-56.

LINSKER, R. 2003 Arquipélago de Fernando de Noronha o Paraí­­so do Vulcão. São Paulo: Terra Virgem Editora.
167 p.

MENDES, L.P. 2002 Etnoecologia dos pescadores e marisqueiras da vila de Garapuá/BA. Bahia. 97p.
(Trabalho para obtenção do tí­­tulo de Bacharel em Ciências Biológicas: Universidade Federal da Bahia).

PRIMACK R.B. e RODRIGUES, E. 2001 Biologia da Conservação. Editora Vida, Londrina 327p.

SALM, R., CLARCK, J. and SIIRILA, E. 2000 Marine and Coastal Protected Areas: A guide for planners and
managers. IUCN. Washington DC. xxi, 371p.

TCHERNIA, P. 1980 Descriptive Regional Oceanography.Vol 03. Pergamon Press. 253p.

Downloads

Publicado

2018-11-03

Edição

Seção

Artigo cientí­fico