PRODUÇÃO PESQUEIRA E PRODUTIVIDADE BIOLÓGICA EM Aí"¡UDES PíÅ¡BLICOS DO NORDESTE DO BRASIL
Palavras-chave:
açudes públicos, cultivo extensivo, relação F/C, produção de pescado, produtividade natural, Nordeste do BrasilResumo
Com base em dados sobre a produção de pescado durante o período 1948/1988, distribuindo-se os açudes de acordo com a localização do regime fluvial, foram obtidas informações sobre os índices de produtividade pesqueira e biológica, as características dos açudes em termos de idade, área da bacia hidráulica, volume d'água acumulado e profundidade média, bem como sobre a combinação ideal entre espécies forrageiras e carnívoras, através da Relação F/C. Os principais resultados são os seguintes: (1) os açudes públicos do Nordeste se encontram em 25 sistemas fluviais, com destaque para Jaguaribe, Piranhas, Acaraú e Itapicuru; (2) os açudes mais produtivos são Orós, Arrojado Lisboa, Estevam Marinho, Engenheiro Ávidos, Paulo Sarasate e Jacurici; (3) a produtividade pesqueira média é de 105,0 kg/ha.ano, correspondendo a uma produção natural biológica de 35,7 kg/ha.ano, determinada em função da biomassa das espécies nativas; (4) a Relação F/C apresenta valores variáveis ao longo dos anos, tendo-se estabilizado em torno de 1 a partir de 1977, significando a possibilidade de maximização da biomassa da comunidade a partir da utilização de uma quantidade adequada de alevinos para repovoamento; (5) o valor médio do Índice Morfoedáfico foi 3,867 ppm/metro, sendo os açudes dos sistemas da área Pernambuco/Alagoas os mais produtivos (IME = 9,157 ppm/metro) e os da área do Piauí os menos produtivos (IME = 0,962 ppm/metro); (6) os açudes do Nordeste são considerados de idade madura, significando que sua produtividade apresenta tendência de declínio, mas que pode ser revertida através de programas intensivos de peixamento.