Aspectos tecnológicos da pesca do peixe-sapo (Lophius gastrophysus) com rede de emalhar no sudeste e sul do Brasil
Palavras-chave:
Lophius gastrophysus, pesca profunda, pesca de emalhe, Sudeste e Sul do BrasilResumo
Entre janeiro de 2001 e outubro de 2002, aspectos tecnológicos e operacionais de embarcações estrangeiras arrendadas operando com rede de emalhar foram monitorados por observadores de bordo durante 83 viagens realizadas na costa Sudeste e Sul do Brasil. Todas as embarcações eram de origem espanhola, construídas em aço, medindo de 26,7 a 39,6 metros de comprimento e com tonelagem de arqueação bruta variando de 72 a 362 toneladas. O petrecho de pesca era formado por conjuntos de cerca de 400 redes unidas entre si, cada uma com comprimento variando de 45 a 50 metros e panagem de poliamida monofilamento com tamanho de malha de 280 mm entre nós opostos. A altura de rede armada era de 3,5 metros e a captura, por embolamento. Em geral, as embarcações operaram simultaneamente quatro a seis conjuntos de rede, e o período mínimo de imersão foi de quatro dias. O peixe-sapo era cortado em partes denominadas "cola" "caras†e "carrilheiraâ€Â. Essas partes eram colocadas nos armários de congelamento rápido a -40°C e estocadas no porão a temperaturas entre -25 e -30°C. As embarcações operavam com 16 a 19 tripulantes, dentre os quais, em média, 23% eram brasileiros. Durante o período de operação, inúmeros conflitos foram observados entre a frota arrendada e a frota nacional. Esses conflitos culminaram na finalização dessas operações arrendadas no Sudeste e Sul do Brasil, embora a pescaria tenha prosseguido a partir da atuação de algumas embarcações nacionais adaptadas í pesca de emalhe.
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