EFEITO DA SUBSTITUIÇÃO DE Artemia sp. PELO NEMATOIDE Panagrellus redivivus SOBRE O CRESCIMENTO E SOBREVIVíÅ NCIA LARVAL DO CAMARÃO DE ÁGUA DOCE (Macrobrachium rosenbergil)
Palavras-chave:
Macrobrachium rosenbergii, alimentação, Artemia sp., Panagrellus redivivusResumo
Este trabalho foi realizado no Laboratório de Camarões de Água Doce do Departamento de Aquicultura da Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC com o objetivo de identificar o efeito da substituição do náuplio de Artemia sp. pelo nematoide Panagrellus redivivus sobre o crescimento e sobrevivência larval do camarão de água doce, Macrobrachium rosenbergii, em sistema fechado. Foram testados os seguintes tratamentos: 100% Artemia (3 NAS/mL)(T1); 66% Artemia (2 NAS/mL) + 34% Panagrellus redivivus (23 NEM/ml)(T2); 34% Artemia (1 NAS/mL) + 66% Panagrellus redivivus (46 NEM/mL)(T3); 100% Panagrellus redivivus (70 NEM/mL)(T4). Os resultados da sobrevivência final de pós-larvas foram analisados pelo teste do X2 e demonstraram uma superioridade estatística do tratamento T1 (46,72%) sobre os tratamentos T2 (31,20%) e T3 (8,10%). O tratamento T4 (100% Panagrellus) teve mortalidade total no 6º dia do experimento. O peso seco médio das pós-larvas foi analisado estatisticamente pela ANOVA e Duncan (p>0,05) não apresentando diferenças significativas entre os valores de 1,87 mg (T1), 1,74 mg (T2) e 1,54 mg (T3). As primeiras metamorfoses de pós-larvas ocorreram no 21º dia do tratamento T1, no 23º dia do tratamento T2 e no 29º dia do tratamento T3. Consequentemente, o ciclo de larvicultura até a metamorfose de 95% de pós-larvas (PL1), foi em média mais longo nos tratamentos T2 (34 dias) e T3 (39 dias), enquanto que no tratamento T1 foi de 29 dias. A taxa de mortalidade entre o 11º e o 20º dia de larvicultura, baseada no número de larvas mortas encontradas no sifonado diário, não apresentou diferença estatística entre o tratamento T2 (9,3%) e o testemunha T1 (8,5%). A partir do 21º, os resultados não indicaram diferença estatística entre as taxas de mortalidade dos tratamentos T2 (2,9%), T3 (3,0%) e o testemunha T1 (2,3%). Os resultados mostram que a partir do quinto estágio larval há uma tendência de diminuição da mortalidade nos tratamentos que utilizaram o nematoide Panagrellus como substituto da Artemia nos níveis de 34% (T2) e 66% (T3), levando a crer que a substituição da Artemia pelo nematoide Panagrellus seja viável somente a partir do V estágio para uma substituição de 34%, e do VIII estágio, para uma substituição de 66%.