HISTOLOGIA DO SISTEMA DIGESTIVO DA TAINHA Mugil platanus GíÅ“NTHER, 1880 (OSTEICHTHYES, MUGILIDAE) DURANTE AS FASES LARVAL E JUVENIL
Palavras-chave:
desenvolvimento, sistema digestivo, tainha, Mugil platanus, técnicas histológicas, histoquímicaResumo
Este trabalho teve por objetivo caracterizar o desenvolvimento estrutural e funcional do sistema digestivo da tainha Mugil platanus durante as fases larval e juvenil, através de técnicas histológicas e histoquímicas. Foram utilizados exemplares de 1 até 60 dias, mantidos nos laboratórios da Seção de Maricultura do Instituto de Pesca. As amostras foram incluídas em historresina e cortadas em ultramicrótomo, na espessura de 2 µm. As lí¢minas foram coradas com HE e azul de toluidina tamponado. Para a detecção de glicosaminoglicanas empregaram-se Alcian Blue pH 0,5, pH 2,5 e PAS. Na larva recém-eclodida, o trato digestivo é um tubo reto, simples e indiferenciado. Aos 3 dias, a boca abre-se, tendo início a ingestão de alimento exógeno, e o tubo digestivo torna-se segmentado em bucofaringe, esôfago e intestino. No esôfago, as primeiras células mucosas foram observadas entre 18 e 21 dias, apresentando mucinas ácidas não sulfatadas. As glí¢ndulas gástricas são aparentes no 38º dia. Ao redor do 40º dia podem ser observadas no estômago 3 áreas distintas: cárdia, corpo e piloro. A região pilórica apresenta uma espessa musculatura e uma superfície triturante comparável a uma moela, facilitando a digestão mecí¢nica. Nos enterócitos do intestino posterior observam-se grandes inclusões esféricas eosinófilas na região supranucIear, resultantes da pinocitose de macromoléculas proteicas. As primeiras células caliciformes do intestino aparecem com 48 dias, apresentando mucinas neutras, ácidas carboxiladas e ácidas sulfatadas. Verificou-se que o desenvolvimento do sistema digestivo da rainha M. platanus é bastante lento, o que dificulta a substituição de organismos vivos por dietas artificiais.