Densidade bacteriana e organismos coliformes em águas e ostras do complexo estuarino de Paranaguá, Paraná, Brasil

Autores

  • Hedda Elisabeth Kolm Centro de Estudos do Mar, Universidade Federal do Paraná http://orcid.org/0000-0002-4887-532X
  • Theresinha Monteiro Absher Centro de Estudos do Mar, Universidade Federal do Paraná

Palavras-chave:

ostra, água, coliformes, Complexo Estuarino de Paranaguá

Resumo

Foram objetivos da presente pesquisa avaliar quantitativamente os coliformes totais e E. coli em ostras do Complexo Estuarino de Paranaguá, sua inter-relação com fatores bióticos e abióticos, assim como aquilatar a contaminação por coliformes de ostras comercializadas no Mercado Municipal de Paranaguá. Foram feitas coletas de água e ostras entre abril de 1997 e fevereiro de 1998, sendo também compradas ostras ao longo do perí­­odo amostral dos mesmos três comerciantes do mercado municipal homônimo. Analisaram-se a temperatura, salinidade e séston da água, além de bactérias heterotróficas totais, biomassa bacteriana, coliformes totais e Escherichia coli na água e nas ostras. A temperatura foi mais elevada no verão e a salinidade e o séston, no inverno. As bactérias heterotróficas totais e biomassa bacteriana na água foram mais elevadas no Rio das Ostras em julho e janeiro e coliformes totais, em julho. Nas ostras, os maiores valores de coliformes totais ocorreram na Ilha Rasa em janeiro. Na água, o número de E. coli foi superior a 2.419 NMP.100 mL-1 na Ilha das Cobras em abril e no Puruquara, em julho. Com relação í­Â s ostras adquiridas no mercado de Paranaguá, os maiores valores de coliformes totais foram registrados em abril e dezembro, e de E.coli em dezembro, ambas do comerciante 2. Os resultados mostram que tanto as ostras coletadas no ambiente, quanto as do Mercado Municipal de Paranaguá não podem ser consumidas cruas sem prévia depuração e que há necessidade de uma reformulação urgente da legislação, incluindo a análise de E. coli nas ostras a serem comercializadas.

Referências

ABSHER, T.M. 1989 Populações naturais de ostras do gênero Crassostrea do litoral do Paraná í  Desenvolvimento
larval, recrutamento e crescimento. São Paulo. 185p. (Tese de Doutoramento. Universidade de São Paulo, Instituto Oceanográfico).

ANVISA (Agência Nacional de Vigilí­¢ncia Sanitária). 2001 Resolução - RDC nº 12, de 2 de janeiro de 2001. Disponí­­vel em: http://www.anvisa.gov.br/legis/resol/12_01rdc.htm. Acesso em: 10 de jul. de 2007.

BJí­ËœRNSEN, P.K.; KUPARINEN, J. 1991 Determination of bacterioplankton biomass, net production and growth efficiency in the Southern Ocean. Mar. Ecol. Prog. Ser., 71: 185-194.

BRISOU, J. 1974 Infections et intoxications transmises par les coquillages. Quest. Méd., 27: 1321-1329.

BURKHADT, W.; CALCII, K.R. 2000 Selective accumulation may account for shellfish-associated viral illness. Appl. Environ. Microbiol., 66(4): 1375-1378.

CLAYTON, W.E.L. 2006 Microbial Source TrackingThe use of new research tools for the identification and tracking of bacterial pollution sources affecting shellfish culture opportunities. PublishedAquaculture Update # 97, August 2007. Marine Ecosystems and Aquaculture Division, Fisheries and Oceans Canadá. Disponí­­vel em: http://www.ieccorporate.com/publications.html.

CONAMA (Conselho Nacional do Meio Ambiente, dos Recursos Hí­­dricos e da Amazônia Legal). 2005 Resolução no . 357/05 de 17 de março de 2005. Livro de resoluções do CONAMA. p. 274. Disponí­­vel em: http://mma.gov.br/port/conama/index.cfm.Acesso em: 10 de jul 2007.

ESCOBAR NIEVES, A. 1988 Condicion bacteriologica de las ostras del manglar (Crassostrea rhizophorae
Guilding) en la Cienaga Grande de Santa Marta, Caribe Colombiano. An. Inst. Inv. Mar. Punta de Betí­­n., 18: 137-151.

GALTSOFF, P.S. 1964 American Oyster, Crassostrea virginica (Gmelin). Fishery Bull. natn. mar. Fish Serv., U.S., 64: 1-430.

HOOD, M.A.; NESS, G.E. 1982 Survival of Vibrio cholerae and Escherichia coli in Estuarine Waters
and Sediments. Appl. Environ. Microbiol., 43(3):578-584.

KINNE, O. 1983 Diseases of marine animals. Vol. II. Biologische Anstalt Helgoland. Hamburg. 1038p.

MAYERLE FARIA, J. 2002 Estudo da qualidade bacteriológica das águas e das ostras (Crassostrea gigas) cultivadas na Baí­­a da Babitonga e sua adequação para fins de comercialização e consumo. Joinville. 68p.
(Dissertação de Mestrado. Universidade da Região de Joinville).

METCALF, T.G.; MULLIN, B.; ECKERSON, D.; MOULTON, E.; LARKIN, E.P. 1979 ioaccumulation and depuration of enteroviruses by the soft-shelled clam, Mya arenaria. Appl. Environ. Microbiol.,38: 275-282.

PARSONS, T.R.; MAITA,Y.; LALLI,C.M. 1984 Direct Counting of Bacteria by Fluorescence Microscopy. In: A Manual of Chemical and Biological Methods for Seawater Analysis. Pergamon Press. 173p.

PEREIRA, M.A.; NUNES, M.M.; NUERNBERG, L.; SCHULZ, D.; BATISTA, C.R.V. 2006 Microbiological quality of oysters (Crassostrea gigas) produced and commercialized in the coastal region of Florianópolis í  Brazil. Braz. J. Microbiol.
37: 159-163.

POMMEPUY, M.; UTIN, M.B.; DERRIER, A.; GOURMELON, M.; COLWELL, R.R.; CORMIER, M. 1996 Retention of enteropathogenicity by variable but nonculturable Escherichia coli exposed to seawater and sunligh. Appl. Environ.Microbiol.,62(12): 4621-4626.

REBELLO J., BRANDINI F. P. 1990 Variação temporal de parí­¢metros hidrográficos e material particulado
em suspensão em dois pontos fixos da Baí­­a de Paranaguá, Paraná (junho/87-fevereiro/88). Nerí­­tica, 5: 95-111.

RIPPEY, S.R. 1994 Infectious diseases associated with molluscan shellfish consumption. Clin. Microbiol.Rev. 7: 419-425.

SILVA, A.I.M.; VIEIRA, R.H.S.F.; MENEZES, F.G.R.; FONTELES-FILHO, A.A.; TORRES, R.C.O.; SANT´ANA, E.S. 2003 Bacteria of fecal origin in mangrove oysters (Crassostrea rhizophorae) in the Cocó river estuary, Ceará state, Brazil. Braz. J.Microbiol. 34: 126-130.

SIQUEIRA, A.; KOLM, H.E. 2005 Bacterioplí­¢ncton na desembocadura da Gamboa do Maciel, Baí­­a de Paranaguá, Paraná, Brasil. Revista Saúde e Ambiente, 6(1): 20-28.

VILLALOBOS, L.B.; ELQUEZABAL, L. 2000 Detección de posible Escherichia coli enteropatógena en el bivalvo Pinctada imbricata comercializado en Cumaná, Venezuela. Bol. Inst. Oceanogr. Venezuela. 39: 17-23.

Downloads

Publicado

2018-10-31

Edição

Seção

Artigo cientí­fico