Estimativa da produção de Mytella falcata e de M. guyanensis em bancos naturais do estuário de Ilha Comprida í  SP í  Brasil

Autores

  • Orlando Pereira Pesquisador Cientí­­fico -  Centro Avançado de Pesquisa Tecnológica do Agronegócio do Pescado Marinho -  Instituo de Pesca -  APTA -  SAA
  • Roseli Hilberath Zootecnista -  Prefeitura Municipal de Ilha Comprida
  • Paula Ansarah Zootecnista -  Prefeitura Municipal de Ilha Comprida
  • Márcia Galvão Pesquisador Cientí­­fico -  Centro Avançado de Pesquisa Tecnológica do Agronegócio do Pescado Marinho -  Instituo de Pesca -  APTA -  SAA

Palavras-chave:

mexilhão, Mytella falcata, Mytella guyanensis, produção, bancos naturais

Resumo

O objetivo deste trabalho foi estimar os estoques naturais dos mexilhões Mytella falcata (D’Orbgny, 1846) e M. guyanensis (Lamarck, 1819) no estuário de Ilha Comprida, determinar sua distribuição por classe de comprimento e quantificar os animais na área estudada. Mapearam-se os bancos naturais dessas duas espécies no perí­­odo de setembro de 2000 a agosto de 2001, no trecho entre o Bairro das Pedrinhas e o Rio Boguaçu, nos municí­­pios de Ilha Comprida e Iguape. Foram identificados 13 locais de ocorrência, de onde foram retiradas 84 amostras desses bivalves ao longo de 2 transecções, totalizando 1.092 amostras. Os animais foram contados, medidos e pesados. Observou-se que os bancos de M. guyanensis e M. falcata raramente se misturam: cada espécie tem seu território bem demarcado. A densidade de animais/m² variou de 16,6 a 264,4 para M. guyanensis e de 16,8 a 11.036,0 animais/m² para M. falcata. Para ambas as espécies, a densidade dos indiví­­duos nas parcelas foi heterogênea. O comprimento máximo dos animais foi de 65 mm para M. guyanensis e 46 mm para M. falcata. Os pesos médios variaram de 2,85 a 4,01 g para M. guyanensis e de 0,10 a 1,79 g para M. falcata. Os locais indicados como os mais apropriados para extração foram aqueles cujas parcelas apresentaram, além de uma maior densidade de indiví­­duos/m2, uma maior quantidade de animais com tamanho comercial (> 40 mm para M. guyanensis e > 30 mm para M. falcata). Esses dados são fundamentais para o planejamento de uma explotação sustentável.

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Publicado

2018-07-03

Edição

Seção

Artigo cientí­fico