Influência da dieta no cultivo de Mysidopsis juniae (Silva, 1979) (Crustacea: Misida) em laboratório

Autores

  • Telma ALVES FERREIRA Centro de Ciências Tecnológicas da Terra e do Mar (CTTMar), Universidade do Vale do Itaja-­­(UNIVALI)
  • Charrid RESGALLA Jr. Centro de Ciências Tecnológicas da Terra e do Mar (CTTMar), Universidade do Vale do Itaja-­­(UNIVALI) http://orcid.org/0000-0002-4444-3968

Palavras-chave:

alimento, reprodução, crescimento, sobrevivência, misidáceo

Resumo

Mysidopsis juniae é a espécie de misidáceo protocolada pela ABNT para uso em ensaios agudos marinhos no Brasil. Entretanto, como organismo-teste, existe a necessidade de seu cultivo em laboratório para a obtenção de juvenis a qualquer momento. Neste trabalho foi avaliada a influência da dieta, em base de naúplios de Artemia sp. bioencapsulados com oito formulações diferentes, sobre o crescimento, sobrevivência, número de embriões por fêmea e tempo de liberação de juvenis. Os experimentos demonstraram que óleo de fí­­gado de bacalhau é de fundamental importí­¢ncia no enriquecimento de náuplios de Artemia e que resulta em misidáceos de maior tamanho e com maior sobrevivência. Entretanto, o seu uso conjugado com vitaminas (complexo vitamí­­nico B1 e B12) pode otimizar estes parí­¢metros, sendo tão eficiente ou melhor quando comparado com misturas entre diferentes tipos de óleos, promovendo, inclusive, liberação de juvenis em menor tempo de cultivo.

Referências

ABNT/NBR, 2011 Ecotoxicologia aquática â€" Toxicidade aguda â€" Método de ensaio com misí­­deos (Crustacea). ABNT/NBR 15308. 19p.

BADARÓ-PEDROSO, C. 1993 Toxicidade crônica de amostras ambientais do canal de São Sebastião e de substí­¢ncias puras a Mysidopsis juniae (Crustacea:Misidacea). São Carlos. 171f. (Dissertação de Mestrado. Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo). BOND-BUCKUP, G. e BUCKUP, L. 1995 Os crustáceos do Rio Grande do Sul. Porto Alegre. UFRGS. 632p.

CLUTTER, R.I. e THEILACKER, G.H. 1971 Ecological efficiency of a pelagic mysid shrimp; estimates from growth, energy budget, and mortality studies. Fishery Bulletin, 69(1): 93-115.

GAMA, A.M.S. e ZAMBONI, A.J. 1999 Aspectos da biologia e do cultivo de Metamysidopsis elongata atlantica para uso em testes de toxicidade.Nauplius, 7: 127-139.

IGARASHI, M.A. 2010. Situação atual e o potencial para o desenvolvimento do cultivo de polvo no Brasil. Revista Acadêmica: Ciências Agrárias e Ambientais, 8(4): 417-427.

LAVENS, P. e SORGELOOS, P. 1996 Manual on the production and use of live food for aquaculture. FAO Fisheries Technical Paper, 361, FAO, Rome. 361p.

LÉGER, P.; BENGTSON, D.A.; SIMPSON, K.L.;SORGELOOS, P. 1986 The use and nutritional value of Artemia as a food source. Oceanography and Marine Biology: an annual review, 24: 521-623.

LÉGER, P.; JOHNS, M.D.; SORGELOOS, P. 1987 Description of standard bioassay with the marine crustacean Mysidopsis bahia for the evaluation of the nutritional effectiveness of Artemia nauplii and metanauplii. Ecology, Culturing, use in Aquaculture, 3: 395-410.

NIPPER, M.G. e WILLIAMS, E.K. 1997 Culturing and toxicity testing with the New Zealand Mysid Tenagomysis novae-zealandiae, with a summary of toxicological research in this group. Australian Journal of Ecology, 3: 117-129.

PONTES, C.S. e ANDREATTA, E.R. 2003 Efeito da oferta de nauplius de Artemia franciscana enriquecidos com ácidos graxos poliinsaturados sobre o desenvolvimento do pós-larva do camarão marinho Farfantepenaeus paulensis.
Revista Brasileira de Zootecnia, 32(6): 1544-1550.

PRÓSPERI, V.A. 1993 Aplicação de testes de toxicidade com organismos marinhos para análise de efluentes industriais lançados em áreas estuarinas. São Carlos. 120f. (Dissertação de Mestrado. Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade de
São Paulo).

PRÓSPERI, V.A.; NIPPER, M.; BURATINI, S.V. 1994 Desenvolvimento de metodologia de cultivo e testes de toxicidade com organismos marinhos. Relatório Técnico. CETESB, SP. 20p.

REYNIER, M.V. 1996 Aspectos do ciclo de vida de Mysidium gracilie (Dana, 1852) (CristaceaMysidacea) e um estudo sobre a sua adequação para testes de toxicidade com hidrocarbonetos. São Carlos.94f. (Dissertação de Mestrado. Escola de
Engenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo).

SORGELOOS, P. e PERSOONE, G. 1975 Technological improvements for the cultivation of invertebrates as food for fishes and crustaceans: hatching and culturing of the brine shrimp, Artemia Salina. Aquaculture, 6: 303-317.

SORGELOOS, P. e LÉGER, P. 1992 Improved larviculture outputs of marine fish, shrimp and prawn. Journal of the World Aquaculture Society, 23(4): 251-263.

STOTTRUP, J.G. e MCEVOY, L.A. 2003 Live feeds in marine aquaculture. Blackwell Publishing, Oxford. 318p.

TAMARU, C.S.; AKO, H.; PANG, L. 1999 Enrichment of Artemia for use in freshwater
ornamental fish production. Center for Tropical and Subtropical Aquaculture, 133: 21p.

USEPA 2002 Short-term methods for estimating the cronic toxicity of effluents and reciving waters to marine and estuarine organisms. Washington DC. Office of water. 464p.

WATANABE, T.; OOWA, F.; KITAJIMA, C.; FUJITA, S.; YONE, Y. 1980 Relationship between dietary value of brine shrimp Artemia salina and their content of highly unsaturated fatty acids. Bulletin of the Japanese Society of Scientific Fisheries,
46: 35-41.

ZAR, J.H. 1996 Biostatistical Analysis. Prentice Hall,New Jersey. 718p

Downloads

Publicado

2018-11-16

Edição

Seção

Nota cientí­­fica (Short Communication)