Caracterização fí­­sico-quí­­mica e de frescor de filés de tilápia do nilo (Oreochromis niloticus) oriundas da pesca extrativista no médio Rio Tietê/SP, Brasil

Autores

  • Mônica Accaui Marcondes de MOURA Instituto Biológico - Centro Experimental Central, APTA/SAA
  • Juliana Antunes GALVÃO Universidade de São Paulo, Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (ESALQ) -  Departamento de Agroindústria, Alimentos e Nutrição (LAN) http://orcid.org/0000-0003-4222-6801
  • Celina Maria HENRIQUE Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios -  APTA, Departamento de Descentralização do Desenvolvimento, Secretaria da Agricultura e Abastecimento, APTA Centro Sul
  • Luciana Kimie SAVAY DA SILVA Universidade de São Paulo, Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (ESALQ) -  Departamento de Agroindústria, Alimentos e Nutrição (LAN)
  • Marília OETTERER Universidade de São Paulo, Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (ESALQ) -  Departamento de Agroindústria, Alimentos e Nutrição (LAN)

Palavras-chave:

segurança alimentar, pescado, composição centesimal, frescor

Resumo

A efetiva consolidação da produção de pescado depende da demanda e do escoamento da produção. Para que o consumo de pescado no Brasil seja ampliado, é necessária a oferta de produtos dentro das normas da vigilí­¢ncia sanitária e que, assim, garantam ao consumidor segurança alimentar. A região do médio rio Tietê é a maior produtora de tilápia-do-nilo (Oreochromis niloticus) oriunda da pesca extrativista do estado e, assim sendo, o objetivo deste trabalho foi a caracterização fí­­sico-quí­­mica (teores de proteí­­na, umidade, lipí­­deos e cinza) e de frescor (bases nitrogenadas voláteis totais - BNVT, nitrogênio não proteico í  NNP, e pH) de filés de pescado capturado nos municí­­pios de Anhembi, Botucatu e Igaraçu do Tietê. Os dados obtidos foram avaliados segundo delineamento em blocos casualizados e submetidos a teste de análise de varií­¢ncia e Teste de Tukey para comparação das médias. As amostras apresentaram diferença significativa, em ní­­vel de 5%, entre os pontos estudados, para a composição centesimal e análises de frescor, sendo encontrados os seguintes valores médios: umidade (77,9 a 81,69 g/100 g), proteí­­na (13,72 a 18,25 g/100 g), lipí­­deos (0,6 a 1,9 g/100 g), cinza (0,6 a 1,0 g/100 g), NNP (61,6 a 78 mg/100 g), pH (6,2 a 6,4) e BNVT (5 a 10,5 mg/100 g). Embora os valores determinados na caracterização fí­­sico-quí­­mica e de frescor estejam de acordo com a legislação vigente, o beneficiamento dos peixes nos pontos de desembarque é irregular, não garante a segurança alimentar do consumidor e a valorização do pescado.

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Publicado

2018-11-06

Edição

Seção

Artigo cientí­fico