USO DE COLETORES ARTIFICIAIS PARA OBTENÇÃO DE SEMENTES DE OSTRAS NA BAÍA BABITONGA, SANTA CATARINA, BRASIL
DOI:
https://doi.org/10.20950/1678-2305.2020.46.1.541Palavras-chave:
mangrove oyster, native oyster, Crassostrea talonata, recruitment, cultivation, ostreicultureResumo
O objetivo deste trabalho foi avaliar o padrão de povoamento de sementes de ostras em coletores artificiais afixados na baía Babitonga (26°28’S í 48°50’W), Santa Catarina, Brasil. Os conjuntos de coletores foram instalados na linha superior de alcance da maré (supralitoral), na linha de variação intermediária da maré (mesolitoral) e abaixo da região limite da baixa-maré (infralitoral). Foram obtidas 7.579 sementes ao longo de um ano, apresentando claras variações de quantidades e espécies nas estações do ano, nas profundidades e nos locais de coleta. Do total de sementes coletadas, 284 foram submetidas a análises moleculares para a identificação da espécie, dentre as quais 5,63% pertencem a espécie Crassostrea gasar, 16,9% a C. rhizophorae, 0,35% a C. gigas, 24,29% a Ostrea sp. e 52,81% a C. talonata. Os resultados mostram a impossibilidade da identificação das espécies por meio da análise morfológica em função do polimorfismo inerente das conchas, bem como demonstram que os coletores artificiais propiciam maior predominí¢ncia para o assentamento de espécies de ostras impróprias para o cultivo comercial (C. talonata e Ostrea sp.). Além disso, C. talonata é uma espécie exótica dos mares indo-pacíficos recentemente confirmada nas costas brasileiras e já possui alta taxa de recrutamento na região estuarina, o que levanta preocupação ambiental e comercial sobre a manutenção da população de ostras naturais na baía Babitonga.
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